ASSIM NO TELECOM COMO NO JABUTI
O compositor e escritor Chico Buarque, depois de ter recebido o Prêmio Jabuti 2010 de Melhor Livro do Ano de Ficção pelo romance “Leite Derramado” (Companhia das Letras), venceu a oitava edição do Prêmio Portugal Telecom com a mesma obra. O anúncio foi feito na segunda-feira, 8. O segundo e o terceiro lugares também ficaram com brasileiros: Rodrigo Lacerda, por “Outra Vida” (Alfaguara), e Armando Freitas Filho, por “Lar,” (Companhia das Letras), respectivamente.
O Portugal Telecom premia anualmente escritores de língua portuguesa e, nesta edição, homenageou o português José Saramago, morto em junho deste ano. Seu último romance, “Caim”, estava na lista final da premiação, mas foi retirado de última hora.
Quando recebeu o Prêmio Nobel, em 1998, Saramago anunciou que não voltaria a aceitar nenhuma outra distinção literária porque são muitos os escritores que merecem prêmios e poucos os prêmios para distingui-los. Quando soube que “Caim” havia sido apresentado ao Portugal Telecom, ele disse que, no caso de ganhar, o valor do prêmio (100 mil reais) iria para a Fundação José Saramago, que tem o objetivo de difundir a Literatura Portuguesa no mundo. No entanto, com sua morte, esta instituição e a editora Companhia das Letras (que publica a obra do escritor no Brasil) resolveram que o livro não deveria mais concorrer, e comunicaram a decisão na sexta-feira, 5.
ENQUANTO ISSO…
Na mesma segunda-feira, 8, o Goncourt, o mais importante prêmio literário francês, foi atribuído a Michel Houellebecq por seu livro “La Carte et le Territoire” (Flammarion). Este escritor, considerado “l’enfant terrible” da Literatura Francesa, ganhou notoriedade em 1998 com “Partículas Elementares” (Temas & Debates) – uma argumentação contra a ideologia libertária dos anos 70, que foi traduzida para mais de dez idiomas. No Brasil, ele ainda tem outras obras publicadas tais como “Extensão do Domínio da Luta” (Quasi) e “A Possibilidade de uma Ilha” (Record).
por Anna Lee