LIVRO DÁ SAMBA
O livro “O Trono da Rainha Jinga” (Record), de Alberto Mussa, serviu de referência para a elaboração do enredo “Suprema Jinga – Senhora do trono Brazngola”, que a escola de samba carioca Império da Tijuca vai apresentar na Marquês de Sapucaí, neste Carnaval. A agremiação é 3ª a desfilar pelo Grupo de Acesso no sábado, 13.
Na passarela do samba, a vida da rainha Jinga, guerreira angolana, que tem sua origem numa linhagem de reis, será contada como se fosse uma grande epopéia. Ela disputava com seu irmão Ngola Ubande os domínios do Ndongo e de Matamba, na África, e tinha como um de seus objetivos impedir o tráfico de escravos para a América.
Já em seu livro Mussa mistura apurada pesquisa histórica e ficção numa trama de mistério: nas primeiras décadas do século XVII, uma série de crimes enigmáticos acontece no Rio de Janeiro, gerando uma onda de violência, que é atribuída a uma irmandade secreta de escravos, na qual também atuavam dirigentes administrativos do Rio e até frades carmelitas. Esta seita seria liderada justamente pela rainha Jinga, que é trazida para o Brasil, com o detalhe de que, antes de sua viagem, ela é convertida à fé católica, recendo o batismo e outro nome, passando a se chamar Ana de Souza.
No desenrolar da história, narrada por diferentes personagens, cada com sua versão, Mussa apresenta índios, africanos, portugueses e mestiços, sem cair em estereótipos – o que é um grande trunfo na obra –, e conduz o leitor por uma viagem pelo Rio antigo, dos solares às senzalas, dos largos cheios de gente às vielas escuras. E, no final de tudo, diferentemente das tramas de mistério tradicionais, interessa mais saber o porquê matou do que quem matou. O desfecho é surpreendente. Mas aí tem que ler o livro.
FURUNFUNFUM NA LIVRARIA
A Livraria da Vila da Fradique promove no domingo, 14, das 15h às 17h, o Furunfunfum no Carnaval: um baile para crianças de todas as idades, que pretende “conectar os tão decantados Carnavais do passado aos da atualidade”. O evento acontece pela quinta vez consecutiva.
Por Anna Lee