Se fazer um bom filme já é difícil, imagina contar seis histórias diferentes em um único longa-metragem? É isso que o diretor e roteirista argentino Damián Szifron consegue realizar com “Relatos Selvagens“, a sua mais nova produção. Seu mérito não termina por aí, não. Szifron mistura drama e comédia em cada uma dessas histórias, com um humor negro que acaba funcionando muito bem ao abordar o cotidiano de protagonistas que decidem fazer justiça com as próprias mãos. E a gente se identifica quase que imediatamente com os personagens.
O ator fenômeno Ricardo Darín, por exemplo, aparece na quarta narrativa como um engenheiro que tem o carro apreendido no dia do aniversário da filha e, ao tentar resgatá-lo, se revolta com toda aquela burocracia do departamento de trânsito. Quem nunca? O filme ainda conta a trama de um músico que coleciona desafetos, uma garçonete com a chance de vingar sua família, uma briga violenta no trânsito, um milionário que tenta tirar o filho da cadeia… E termina com uma noiva que descobre a traição do marido em plena cerimônia de casamento e se vinga lá mesmo.
Além de ser recorde de bilheteria na Argentina, “Relatos Selvagens” foi a única produção latino-americana a participar da competição oficial do Festival de Cannes. Se o filme tem até o aval do diretor espanhol Pedro Almodóvar, que se tornou um dos produtores do longa, qual a chance de ser ruim? Corra para o cinema conferir essa produção que tem grandes chances de levar o Oscar de Melhor Filme Estrangeiro. (Por Victor Martinez)
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