Publicidade

Todos sabemos que as coisas andam bem complicadas no campo dos relacionamentos, mas parece que Woody Allen, no seu novo filme “Vicky Cristina Barcelona – em cartaz nos cinemas -, resolveu provar que está impossível. Apresentando três tipos de mulher: a cética e racional, Vicky; a romântica impulsiva, Cristina; e a artista neurótica, Maria Elena. Ele as submete ao seu galã, o artista plástico Doug, Javier Bardem, com o intuito de provar que, seja com que tipo de mulher for, é uma pedreira se relacionar. Vicky, vivida por Rebeca Hall, não consegue lidar com a paixão. Cristina, personagem de Scarlett Johansson, não suporta a falta dela. Maria Elena, Penélope Cruz, é tão apaixonada que não consegue conter sua intensidade, que respinga em surtos, brigas e tentativas de assassinato.

 Foto: Reprodrução

Não por acaso, a primeira estuda arte, a segunda quer ser artista, e a terceira é tão genial que não consegue levar seu trabalho adiante. Tudo isso nos é apresentado com bastante cinismo e deboche, na forma de um triângulo amoroso e um ménage. A impressão que se tem é de que Woody Allen está dizendo que uma mulher sozinha jamais dará conta de todos os meandros do desejo de um homem.  Mas, se a recíproca é verdadeira, um homem sozinho também jamais dará conta da complexidade do desejo de uma mulher. Então, como dar conta de três? Aí começa a comédia.

 Foto: Reprodução

É uma delícia ver de volta às histórias de Allen a personagem da mulher completamente neurótica e desequilibrada, já que, a onipresença de Scarlett Johansson em seus últimos trabalhos e o apego desta por sua auto-imagem sexy, fazem com que suas personagens sejam tão estriônicas quanto um chuchu. Johansson realmente tem pouco repertório e parece impossível vê-la fora do papel de linda. Coisa que não acontece com Penélope Cruz, que além de belíssima, dá conta de qualquer recado. Suas cenas em espanhol com Javier Bardem são hilárias e valem o filme. “Vicky Cristina Barcelona” é leve e divertido. Mas apesar de sua estrutura sofisticada é bem diferente de clássicos do diretor como “Alice”, “Setembro”, “A Outra” ou “Match Point”, onde ele tratava de assuntos complexos com um humor ínfimo e amoroso. Nesse novo filme, Woody Allen, está muito distante de seus personagens, e não parece ter por eles a compaixão que tinha pelas figuras humanas que criou em seus filmes anteriores, de quem debochava, sem nunca criticar.

Por Luciana Pessanha

VOCÊ TAMBÉM PODE GOSTAR

Ilha privada nas Ilhas Fiji, visitada por Meghan e Harry, está à venda por US$ 78 milhões

Ilha privada nas Ilhas Fiji, visitada por Meghan e Harry, está à venda por US$ 78 milhões

Ilha privada nas Fiji, visitada por Harry e Meghan, volta ao mercado por US$ 78 milhões após um corte de preço. Com cerca de 800 acres, três villas, pista de pouso e amenidades raras, o imóvel figura entre os mais luxuosos do Pacífico. A infraestrutura completa e a associação ao casal real reforçam o apelo comercial da propriedade, que segue direcionada ao público de altíssimo padrão em busca de privacidade e exclusividade.
Quando a Vulnerabilidade Assusta Hollywood

Quando a Vulnerabilidade Assusta Hollywood

Kristen Stewart reacende o debate sobre gênero em Hollywood ao afirmar que atuar é, por natureza, um gesto “não-masculino” por exigir vulnerabilidade. Em entrevistas repercutidas por Yahoo News UK, The Guardian e The Independent, ela critica a diferença de tratamento entre homens celebrados por “profundidade emocional” e mulheres frequentemente rotuladas como “instáveis”. Stewart questiona o prestígio seletivo do Method acting e expõe como a indústria ainda opera sob padrões antiquados de masculinidade. Sua fala provoca desconforto justamente por revelar uma estrutura que já não se sustenta.

Instagram

Twitter