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Créditos: Zô Guimarães / Revista PODER
||Créditos: Zô Guimarães / Revista PODER
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No ar em “Liberdade, Liberdade”, o ator Caio Blat critica o governo (o atual e o anterior), elogia a Lava Jato e fala sobre a boa aceitação de seu personagem, que protagonizou a primeira cena de sexo entre dois homens da TV. Para ele, um sinal de que a sociedade está amadurecendo

Por Nataly Costa para a revista PODER de julho

A casa no bairro do Itanhangá, no Rio de Ja­neiro, fica no alto de uma pedra e tem acesso difícil, principalmente para quem anda com uma mala pesada com luz, tripé, caixote, len­te, rebatedor, câmera etc. A preocupação da fotógrafa Zô Guimarães em subir aqueles muitos e íngremes lances de escada passou no momento em que o ator Caio Blat apa­receu na portaria. Educado e prestativo, passou os equipa­mentos do táxi para o carro, do carro para fora, venceu as escadas, arrumou, ajudou – fez, enfim, o ensaio acontecer da melhor maneira possível. “A Maria (Ribeiro, sua mulher) tinha um pouco de dificuldade com a casa no começo”, re­lembra. “É meio difícil mesmo porque fica no meio da mata e tem um design maluco, mistura vidro, ferro, concreto. Foi um projeto meu”, completa. Em tempo: Maria já está adaptada à casa e as crianças – Bento, de 6 anos, e João, de 13 – adoram morar no meio da natureza e ver os macacos, cobras e tucanos que dão as caras por ali frequentemente.

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DE BEM COM O PÚBLICO

Blat está no ar em “Liberdade, Liberdade”, série das 23 horas da Rede Globo que tem como pano de fundo a Inconfidên­cia Mineira e o Brasil do fim do século 18. “Acho incrível que a série, falando sobre a história do país, consiga tocar em assuntos tão contemporâneos como violência, machismo, repressão, autonomia da mulher”, aponta. “É uma coisa boa poder mostrar de onde vêm alguns preconceitos.” Seu per­sonagem, o fidalgo André, sofre mais do que preconceito: na trama, é preso e denunciado por sodomia depois que seu romance com o coronel Tolentino (Ricardo Pereira) é des­coberto. “A aproximação entre os dois foi muito bem cons­truída, acho que por isso a aceitação do público está sendo tão boa. Até nas pesquisas mais conservadoras, com donas de casa, as pessoas torcem por eles”, revela. Os dois prota­gonizaram a primeira cena de sexo entre homens na TV brasileira, que foi ao ar no dia 12 deste mês. “A novela, em geral, tem imagens fortes, que mostram como o homem extravasa seus desejos de maneira violenta. A cena entre André e Tolentino não é diferente, é muito viril, masculina, sem delicadeza”, diz.

A resposta positiva do público diante da relação faz Blat olhar o copo meio cheio quando o assunto é o conserva­dorismo no Brasil. “Sempre foi muito forte, mas estamos evoluindo. É genial ver (o deputado federal Jair) Bolsonaro processado por incitação ao estupro (em 2014, o parlamen­tar afirmou que a deputada Maria do Rosário Nunes ‘não merecia’ ser estuprada por ser ‘muito feia’). Mostra que a sociedade está amadurecendo e não admite mais comporta­mentos assim.” Versado em política, o ator diz que sempre foi defensor da cassação da chapa Dilma-Temer, “financiada com dinheiro de caixa 2”, e a convocação de um novo pleito. “Mas agora que já se passaram dois anos, a melhor coisa é es­perar 2018 mesmo. Quanto mais denúncias vierem à tona e os responsáveis forem presos, mais chances de termos elei­ções mais limpas, com novas leis, sem financiamento priva­do”, acredita. Blat nunca foi fã da gestão Dilma Rousseff, mas acredita que o governo Michel Temer é “o fundo do poço”. “Sou muito a favor da Lava Jato. O país está sendo passado a limpo de uma forma inédita, você tem empresários presos, o que é um avanço institucional.” Ele também é bastante li­gado em causas ambientais e está de viagem marcada para o Xingu em agosto para divulgar o projeto Desmatamento Zero, capitaneado pelo Greenpeace. “Como artista, tenho obrigação de estar atento aos movimentos da sociedade e fazer minha parte”.

 

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Quando o assunto é moda, ele faz mais o estilo despojado. “A Maria é superligada nisso, chega em casa cheia de roupas novas, revistas. De tanto ver e ouvir, acabo aprendendo algu­ma coisa”, diz ele, que aposta em curingas no armário, como a jaqueta preta que usou nas fotos. Só não topou ser clicado de gravata – “não tem nada a ver comigo”, explicou para a fotógrafa. E não tem mesmo: calças confortáveis e pés des­calços fazem mais a cabeça do ator, que estreia em setembro nos palcos A Comédia Latino-Americana, de Felipe Hirsch. A peça deve entrar em turnê no início do ano que vem, com apresentações em Portugal e na Espanha.

 

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