Publicidade
Paolla Oliveira, Sophie Charlotte e Daniel de Oliveira no show de Roger Waters no Rio || Créditos: Juliana Rezende
Paolla Oliveira, Sophie Charlotte e Daniel de Oliveira no show de Roger Waters no Rio || Créditos: Juliana Rezende

Chegou a vez do Rio receber a turnê de Roger Waters. E foi debaixo de muita água, pra combinar com o sobrenome, que o Maracanã acolheu o astro essa quarta-feira em uma performance mais uma vez arrebatadora. E se a manifestação política que fez na apresentação de São Paulo ficou longe de ser inânime, isso não impediu que quem pensa diferente fosse encontra-lo em solo carioca – e vibrasse com cada letra. Foi um alento ouvir todo mundo cantando junto, apesar dos pesares – e das vaias apenas nos momentos esperados, competindo com palavras de ordem do outro “lado”.

Entre os – muitos – artistas espalhados pela pista premium pegando chuva de capa de plástico, diversas correntes de pensamento, mas palavras mais amenas. Sem dúvida, um sinal de respeito pela relevância do dono da festa.

“Aprendi com a minha mãe a escutar as músicas do Pink Floyd. Sobre a questão política… Essa é a beleza da arte. Você poder tratar de temas às vezes até complicados. A gente está passando por um momento muito difícil e eu compartilho das crenças do Roger Waters”, nos disse Sophie, comedida.

Paolla Oliveira deixou claro que pensa diferente, mas também de forma bastante respeitosa. “A gente não vai mais ver esse show. Não vai ter mais… Nem Pink Floyd tem mais. Estou aqui pelo peso que eles têm, pela música. Tantas músicas que estão na memória e contam a história dos nossos pais. Espero que a chuva ajude…” Sobre o cunho político… “Não sei. Só ouço a música. O que ele está falando a mais aí é uma outra discussão. Por enquanto, estou ouvindo a música. E a música pode até ter um cunho político, mas não é assim que a gente vê. Não penso nisso quando ouço as músicas dele”.

Tainá Muller nem vê polêmica. “É que é óbvio, gente. Quem escuta Pink Floyd… Fiquei surpresa das pessoas terem se surpreendido… Sinceramente. Basta ouvir uma música do Roger Waters pra saber qual o pensamento filosófico dele. Não é nada incoerente. Seria estranho outro tipo de comportamento. Quem estranhou não ouviu as músicas com atenção”.

Já Romulo Neto, ao responder se estava lá pelas canções, por endossar o discurso de Roger ou pelas duas coisas… “Vim pela curtição mesmo. Um momento de tranquilidade, dia de folga. É uma banda histórica que fez parte da minha infância e adolescência e é simplesmente um momento de relaxar”. Se aparecer #elenao no telão, o ator aplaude ou vaia? “Não gosto de me manifestar politicamente. Acho que cada um tem sua opinião. Acho que tem tanta raiva nesse momento em que a gente está vivendo que prefiro manter minha opinião de uma forma discreta e não me posicionar de uma forma pública, apenas de uma forma cível”.

E teve coral com crianças cariocas em “The Wall”, que veio logo depois de “Wish You Were Here”, teve “Mother”, “Comfortably Numb” e mais um monte de hit, teve intervalo de 20 minutos (!!) para Roger recuperar o fôlego e se secar, teve o porquinho inflável, teve um efeito tridimensional com laser colorido reproduzindo a capa de “Dark Side of The Moon” sobre a plateia, teve homenagem com o anfitrião vestindo a camisa “Lute como Marielle Franco”… Uma noite memorável. E pacífica. Ufa! (por Michelle Licory)

VOCÊ TAMBÉM PODE GOSTAR

Trump, Hollywood e um déjà-vu que ninguém pediu

Trump, Hollywood e um déjà-vu que ninguém pediu

Trump tenta ressuscitar a franquia Rush Hour ao se aproximar de investidores e de Brett Ratner, num movimento que parece mais político do que cinematográfico. A proposta mistura nostalgia, estratégia cultural e a tentativa de reabilitar nomes controversos, mas enfrenta um mercado que não demonstra demanda real por um quarto filme. O episódio revela mais sobre a necessidade de Trump de reafirmar sua persona pública do que sobre qualquer impulso criativo em Hollywood.
Tom Cruise enfim leva seu Oscar…

Tom Cruise enfim leva seu Oscar…

Tom Cruise foi o grande nome do Governors Awards ao receber, após 45 anos de carreira, seu primeiro Oscar — um honorário. Em um discurso íntimo e preciso, ele relembrou a infância no cinema e reafirmou que fazer filmes “é quem ele é”. A entrega por Alejandro Iñárritu, seu novo parceiro em um projeto para 2026, reforçou o peso artístico do momento. Nos bastidores, o prêmio foi visto como aceno da Academia a um dos últimos astros capazes de mover massas ao cinema. Uma noite que selou não só um reconhecimento tardio, mas também a necessidade de Hollywood de se reconectar com sua própria grandeza.

Instagram

Twitter