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Mana Bernardes, Verena Smit, Eva Uviedo e Ryane Leão || Créditos: Reprodução / Arquivo Pessoal

 

Seja em poemas, desenhos, livros, pinturas, manuscritos, dessas mulheres brotam poesia…

Por Carol Sganzerla

Ryane Leão, 31 anos, poeta – “Não tem hora certa para escrever, minha disciplina é seguir o que chove no peito”, diz Ryane Leão. Seus poemas transbordam a qualquer momento: na mesa de um bar, andando na rua, num sarau, depois de ler um livro – e um bloco de anotações está sempre em mãos. Nascida em Cuiabá, ela já escrevia desde menina, mas foi na mudança para São Paulo, aos 19 anos, que investiu na escrita. “Ao conhecer mulheres poetas de saraus e slams (batalhas de poesia), me vi nas palavras delas e mergulhei nisso”, conta. Ryane ficou conhecida com seu perfil no Instagram, Onde Jazz Meu Coração, conquistando um séquito de leitoras. Autora de Jamais Peço Desculpas por Me Derramar – Poemas de Temporal e Mansidão (2019), e Tudo Nela Brilha e Queima (2017), este último vendeu mais de 45 mil exemplares. “Poesia para mim é resgate, reencontro, processo de cura, possibilidade, ancestralidade, mudança e movimento.”

QUAL É A PALAVRA QUE TE REPRESENTA? VENTANIA

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Mana Bernardes, 38 anos, poeta, designer e artista plástica – Fruto da necessidade de investigar a história de sua família, mergulhar em suas memórias, desejos e frustrações, a artista carioca lançou no ano passado o livro Ritos do Nascer ao Parir, um mergulho que toca a questão do feminino, da vontade de ser mãe e da relação com sua própria mãe. “O livro foi um divisor de águas porque a coisa mais importante que construí na vida foi a minha narrativa, é o que tenho de mais profundo”, analisa Mana, que escreveu 1.200 páginas manuscritas. Paralelo à obra, Mana realiza  uma performance (foto acima) em que usa um imenso vestido de papel, tingido com tinta de beterraba,  com muitos cordões umbilicais simbólicos.O talento de Mana vai além da escrita. Ela produz peças lindas de joalheria, assim como objetos de casa.“Queria colocar poesia no cotidiano das pessoas”, diz, sobre os copos e xícaras que faz em parceria com a Tok&Stok.

QUAL PALAVRA MAIS TE REPRESENTA NO MOMENTO? GENUÍNO

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Verena Smit, 35 anos, artista visual – A primeira palavra que Verena Smit ressignificou foi inspirada em uma música da banda LCD Soundsystem. Em sua mão, escreveu “forgiven”, que  transformou em “forget” pela semelhança entre as grafias. Cerca de oito anos atrás, a fotógrafa paulistana deu início ao projeto que passaria a ocupar suas redes sociais, criando em seus seguidores a ansiedade pelos próximos trocadilhos – hoje, deseja reunir as mais de  300 palavras em um livro. “No meu trabalho, só a palavra importa. Elas têm um peso, formam desenhos graficamente muito interessantes”, diz. Desde 2015 colaborando com projetos da Gucci, criou recentemente a marca Studio VS, na qual produz peças, como pratos, fronhas e cartões-postais.

O QUE TE ENCANTA NAS PALAVRAS?  ELAS SÃO PODEROSAS. NÃO EXISTE  PALAVRA CERTA OU ERRADA.

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Eva Uviedo, 46 anos, artista gráfica – “Desde cedo a arte surgiu como uma forma de expressar os sentimentos que  estava vivendo”, recorda Eva Uviedo, argentina que chegou ao Brasil aos 9 com a família, depois que o pai, diretor de uma companhia de teatro, passou a ser perseguido na ditadura. “Além de desenhar, sempre gostei de escrever poesia, textos curtos. A minha forma de fazer isso é parte em imagens, parte em palavras. Uso frases como uma maneira de maximizar a ideia do desenho e viceversa. Me dedico a achar a palavra certa tanto quanto a finalizar um desenho”, explica. Fascinada por tubarões, Eva compôs a série Sobre Amor & Outros Peixes (à esq.), onde faz analogias entre seres do mar, como polvos e arraias, e sentimentos. “Pensei no ambiente aquático como aquela distorção que acontece quando a gente se apaixona e fui explorar possibilidades narrativas”, diz  a artista, que ilustra capa de discos, livros e não raro encontra mulheres que tatuam seus desenhos.

QUAIS PALAVRAS NÃO SAEM DO SEU  VOCABULÁRIO? FORÇA E DELICADEZA.

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