Publicidade
Joyce Pascowitch conversa com Dr, Arthur Guerra // Reprodução

Na live dessa segunda-feira, o assunto foi dos mais sérios e pertinentes nesses tempos de pandemia e isolamento social. Joyce entrevistou o Dr. Arthur Guerra, psiquiatra dos mais renomados, especializado em álcool e drogas. “É fato que 1 entre 4 pessoas aumentou o consumo de bebidas alcoólicas durante a quarentena. Isso não quer dizer que seja alcoólatra. Mas quem antes só bebia no fim de semana, passa a fazer isso também nos outros dias. A moda dos happy hours virtuais. Ou aqueles que já bebiam de uma forma regular, aumentaram o consumo. Mas cada caso é um caso. Importante ficar alerta às consequências negativas”, revela Guerra. A seguir, alguns trechos do papo:

O vício
“É como se fosse um suicídio lento… a pessoa viciada em drogas vai morrendo aos poucos, perdendo amor, autoestima, respeito, ética… e cabe ao médico tentar reverter esse quadro para que não acabe no precipício. O sucesso do tratamento depende de cada paciente e se ele aceita o problema, porque muitos negam. Se a pessoa aceita que abstinência é uma saída, que pode ter outras ferramentas para sair dessa situação, como exercícios físicos, algum hobby, ter fé… Nesse universo podemos ter 80% de recuperação. Agora, o problema é que várias pessoas não aceitam a doença, querem continuar usando drogas moderadamente e não têm nenhum outro interesse na vida. Nesse caso o índice de exito cai para 30%. Como detectar se a pessoa está usando drogas ou é alcóolatra? Perceber se o uso da droga ou álcool, independente da quantidade ou frequência, causa algum prejuízo para a família, com amigos, marido, mulher, ou causa situações negativas pra ela ou para quem está junto. Quanto mais cedo o jovem começa com as drogas, maior a possibilidade de ficar dependente, assim como quanto maior o volume ou se existe algum conflito de ordem emocional. O ambiente que ele frequenta também é determinante.”

Na pandemia
“A pandemia gerou muita ansiedade, angustia, vários pontos negativos, mas nunca vi tanta gente usando o isolamento para resgatar pontos importantes, em relação à família, atividades, aprendizados, experiências. Aproveitando a oportunidade para rever valores. Depois que tudo passar, vamos para outro mundo, teremos que rever onde apostaremos nossas fichas. Pessoas que já tinham alguns problemas latentes pré-pandemia, um buraco na alma que é preenchido com bebida, comida, drogas, jogo, emoções ligadas ao impulso, com certeza tiveram esses traços mais exacerbados nesse período. Também tem a turma que não tem problema com drogas, mas diante desse momento em que tudo parou de repente, ficou se alimentando de notícias ruins o tempo todo. Ninguem aguenta. É uma embriaguez de notícias negativas. É normal que a pessoa se sinta mais angustiada e ansiosa. É fato que 1 entre 4 pessoas aumentou o consumo de bebidas alcoólicas durante a quarentena. Isso não quer dizer que sejam alcoólatras. Mas quem antes só bebia no fim de semana, passa a fazer isso também nos outros dias. A moda dos happy hours virtuais. Ou aqueles que já bebiam de uma forma regular, aumentaram o consumo. Mas cada caso é um caso. Importante ficar alerta às consequências negativas. Aumentou bastante o uso de medicamentos controlados. Um grande problema tem sido a perda do sono. Para tentar regularizar isso, as pessoas tomam remédios e acabam se tornando dependentes dessas substâncias. E as vezes misturam com bebida alcoólica. Isso ficou muito mais evidente durante a pandemia.”

Confira a ‘live’ completa aqui:

VOCÊ TAMBÉM PODE GOSTAR

Trump, Hollywood e um déjà-vu que ninguém pediu

Trump, Hollywood e um déjà-vu que ninguém pediu

Trump tenta ressuscitar a franquia Rush Hour ao se aproximar de investidores e de Brett Ratner, num movimento que parece mais político do que cinematográfico. A proposta mistura nostalgia, estratégia cultural e a tentativa de reabilitar nomes controversos, mas enfrenta um mercado que não demonstra demanda real por um quarto filme. O episódio revela mais sobre a necessidade de Trump de reafirmar sua persona pública do que sobre qualquer impulso criativo em Hollywood.
Tom Cruise enfim leva seu Oscar…

Tom Cruise enfim leva seu Oscar…

Tom Cruise foi o grande nome do Governors Awards ao receber, após 45 anos de carreira, seu primeiro Oscar — um honorário. Em um discurso íntimo e preciso, ele relembrou a infância no cinema e reafirmou que fazer filmes “é quem ele é”. A entrega por Alejandro Iñárritu, seu novo parceiro em um projeto para 2026, reforçou o peso artístico do momento. Nos bastidores, o prêmio foi visto como aceno da Academia a um dos últimos astros capazes de mover massas ao cinema. Uma noite que selou não só um reconhecimento tardio, mas também a necessidade de Hollywood de se reconectar com sua própria grandeza.

Instagram

Twitter