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May December
Foto: Divulgação/Francois Duhamel

Atualmente em sua 76ª edição, o Festival de Cannes não é lugar apenas para a redenção de astros hollywoodianos. Como o maior evento de cinema da Europa, também é point de negociações entre produtores e distribuidores feitas diretamente com vendedores de conteúdo – e nesse caso ninguém é páreo para a Netflix, que tem em caixa cerca de US$ 1,9 bilhão (R$ 9,4 bilhões) para comprar direitos de exibição de séries e filmes até o fim do ano, além de outros US$ 17 bilhões (R$ 84,1 bilhões) já reservados para o mesmo fim em 2024.

No caso das atrações que deverá liberar em sua plataforma ainda em 2023, a última aquisição da gigante do streaming é o drama “May December”, dirigido por Todd Haynes e estrelado por Julianne Moore e Natalie Portman, esta última também produtora executiva do longa em parceria com Christine Vachon e Will Ferrell. A Netflix acaba de garantir a exclusividade de exibição do filme, super elogiado pela crítica e cuja pré-estreia na Promenade de la Croisette foi disputadíssima, desembolsando US$ 11 milhões (R$ 54,5 milhões).

Foto: Reprodução/Cortesia Cannes Festival

E olha que não foi fácil, uma vez que outros players do aquecido segmento de ‘video on demand’ (VoD) também tentaram levar o longa, que inicialmente estava sendo oferecido na praça por US$ 6 milhões (R$ 29,7 milhões). Um desses players, por sinal, foi o serviço de streaming neozelandês Neon, lançado em 2020 e atualmente perto de chegar aos 2 milhões de assinantes. A Netflix acompanha atentamente o rápido crescimento da companhia que pertence ao grupo de mídia Sky Network Television Limited, um dos maiores do mundo em língua inglesa.

Além do negócio fechado com Portman e associados, a Netflix gastou até agora mais de US$ 100 milhões (R$ 495 milhões) com compras de produtos de entretenimento fechadas nos bastidores de Cannes, que de certa forma se tornou um “hub” para a concretização de transações desse tipo, garantindo sua relevância em uma nova era na qual as salas de cinema cheias se tornam cada vez menos importantes.

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