Incluído oficialmente pela Organização Mundial da Saúde (OMS) em 2022, o lipedema é uma condição crônica ainda pouco debatida, que afeta majoritariamente mulheres. Em junho, mês dedicado à conscientização sobre a doença, especialistas destacam a importância do diagnóstico correto e do tratamento adequado para melhorar a qualidade de vida das pacientes.
O que é o lipedema?
O lipedema se caracteriza pelo acúmulo desproporcional e simétrico de gordura sob a pele, principalmente nas coxas, quadris e pernas, poupando os pés. Por sua semelhança visual com obesidade, retenção de líquidos e linfedema, a doença costuma ser confundida, dificultando o reconhecimento por parte das pacientes e profissionais da saúde.
Segundo a dermatologista Juliana Piquet, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia, o lipedema apresenta sintomas específicos que o diferenciam da obesidade. “A doença causa dor ao toque ou espontânea, sensação de peso nas pernas, facilidade para formar hematomas e dificuldade em perder gordura localizada, mesmo com emagrecimento”, explica.
Diagnóstico e fatores que influenciam a doença
O diagnóstico deve ser realizado por médicos especialistas, podendo ser complementado por exames como ressonância magnética, ultrassonografia com doppler, linfocintilografia e bioimpedância, embora a precisão desses métodos ainda seja limitada.
A causa do lipedema pode ser genética, especialmente em casos com histórico familiar, mas ainda são necessárias mais pesquisas. Outros fatores que agravam os sintomas incluem ganho de peso, sedentarismo e alterações hormonais — como as que ocorrem na puberdade, gravidez e menopausa — além de possíveis influências vasculares e inflamatórias. “A obesidade é um agravante importante, pois pode causar lipo-linfedema, uma sobreposição do lipedema com linfedema secundário”, alerta Juliana Piquet.
Tratamento multidisciplinar para controlar sintomas
Embora não haja cura definitiva para o lipedema, o tratamento visa controlar os sintomas e melhorar a qualidade de vida das pacientes. As abordagens mais recomendadas são o uso de meias de compressão, fisioterapia descongestiva, drenagem linfática manual e exercícios físicos de baixo impacto. Além disso, o controle do peso corporal e o suporte psicológico são fundamentais.
Novas tecnologias, como aparelhos que combinam radiofrequência e vacuoterapia, também podem ajudar a reduzir o desconforto, com ajustes específicos para a condição. Em casos mais avançados ou resistentes, a lipoaspiração pode ser indicada como alternativa para remover o excesso de gordura.
Fontes:
Juliana Piquet – Dermatologista, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), Rio de Janeiro.
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