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O icônico lutador e astro da cultura pop americana Hulk Hogan, nascido Terry Gene Bollea, morreu aos 71 anos nesta quinta-feira, 24, em sua casa em Clearwater, na Flórida, vítima de uma parada cardíaca, conforme informado pelo departamento de bombeiros local. Paramédicos foram acionados ainda pela manhã e, embora tenham conduzido Hogan ao hospital, ele foi declarado morto pouco depois de dar entrada.

A trajetória de Hogan remonta à década de 1980, quando, com sua persona heroica e carisma extravagante, ajudou a transformar a “luta livre de entretenimento” (a WWE, ou World Wrestling Entertainment) em um fenômeno global. Hogan venceu o campeonato mundial da WWE seis vezes, foi bicampeão do Royal Rumble e protagonizou oito edições da WrestleMania, dois dos maiores eventos da luta livre profissional. Sua fama transbordou os ringues e o levou a atuar em filmes como “Rocky 3”, estrelar o reality show Hogan Knows Best e acabou virando uma ponte simbólica entre o universo esportivo e o entretenimento mainstream.

Nos últimos anos, Hogan enfrentou sérios problemas de saúde e revelou ter passado por 25 cirurgias apenas na última década. Sua esposa, Sky Daily, chegou a desmentir boatos de que o lutador estivesse em estado grave após uma cirurgia no pescoço. Mesmo assim, a notícia de sua morte causou comoção generalizada, com homenagens emocionadas de colegas como Ric Flair e Charlotte Flair, além de um tributo oficial da própria WWE, evidências do tamanho de sua influência cultural.

Outro capítulo marcante de sua trajetória foi a batalha judicial contra o extinto site americano Gawker, que em 2016 resultou em uma vitória histórica para Hogan, com a condenação da empresa ao pagamento de US$ 140 milhões (R$ 774,2 milhões) por violação de privacidade.

O caso levou o Gawker à falência e inaugurou um debate global sobre os limites entre liberdade de imprensa e exposição da intimidade. O impacto do processo reverberou na indústria do jornalismo digital, antecipando uma era de crescente judicialização da mídia e de erosão da confiança pública, terreno fértil para o avanço das fake news, um paradoxo do qual Hogan, ainda que involuntariamente, se tornou símbolo.

O legado de Hogan, no entanto, não é imune a controvérsias. Ele foi criticado pelo uso de esteroides, envolvimento em escândalos sexuais e por declarações racistas, que levaram à sua suspensão do Hall da Fama da WWE em 2015 – ele seria reintegrado cinco anos depois. Em 2024, atraiu nova atenção ao declarar apoio público a Donald Trump durante a convenção republicana, intensificando divisões entre seus seguidores e detratores.

Com sua morte, já se discute o futuro de projetos idealizados por Hogan, como a liga independente Real American Freestyle, da qual era fundador e comissário. Acima das controvérsias, porém, permanece o impacto inegável de um atleta que, em mais de quatro décadas de carreira, redefiniu os parâmetros do entretenimento esportivo e se consolidou na memória cultural de milhões, mesmo entre os que hoje o enxergam sob lentes críticas mais severas.

(Crédito da imagem: Reprodução)

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