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A Vogue americana entrou oficialmente em um novo capítulo. Anna Wintour, a editrix que moldou a bíblia da moda por quase quatro décadas e se tornou sinônimo do poder da revista, anunciou nessa terça-feira, 2, que Chloe Malle, de 39 anos, assumiu o cargo de Chefe de Conteúdo Editorial da publicação. A função, criada pela Condé Nast para modernizar sua estrutura, substitui o tradicional posto de editora-chefe. Wintour, porém, seguirá com forte influência e permanece como diretora artística global da gigante editora dos Estados Unidos (associada ao Grupo Globo no Brasil) e supervisora de eventos emblemáticos, como o Met Gala.

Filha da atriz Candice Bergen e do cineasta francês Louis Malle, Malle já fazia parte da equipe da Vogue desde 2011, com passagens como editora social e colaboradora. Nos últimos dois anos, ela esteve à frente do site Vogue.com, período em que conseguiu dobrar a audiência digital e ampliar o alcance do título em iniciativas multimídia, como a premiação Vogue World. A empreitada é apontada como um dos fatores decisivos para sua escolha, em um momento em que o futuro das revistas impressas está cada vez mais incerto.

A nomeação também reacendeu discussões sobre nepotismo, tema que Malle não evita. Em entrevistas, ela reconheceu que o sobrenome abriu portas, mas ressaltou que sempre buscou provar seu valor por meio do trabalho. A ligação com a cultura pop reforça o simbolismo de sua chegada ao cargo, já que a mãe dela interpretou uma editora da Vogue em Sex and the City, detalhe que transformou o anúncio em uma curiosidade amplamente comentada nas redes sociais.

Mais do que uma transição de nomes, a dança de cadeiras sinaliza uma reinvenção editorial. Malle já indicou que pretende experimentar formatos, incluindo uma possível redução na periodicidade da edição impressa e a adoção de números temáticos. O foco, ao que tudo indica, será no fortalecimento da presença digital e no investimento em experiências ao vivo, caminho considerado vital para manter a relevância da marca em um cenário em que o consumo de moda e cultura se dá, majoritariamente, nas telas.

Com a ascensão de Malle, a Vogue busca equilibrar legado e inovação. Wintour, que transformou a revista em uma das marcas mais reconhecidas da indústria global, não se retira totalmente do palco, mas compartilha o protagonismo com uma nova geração. O resultado é uma transição calculada, que tenta preservar a aura de autoridade da revista, ao mesmo tempo em que abre espaço para narrativas mais ágeis e conectadas ao espírito do tempo.

(Crédito da imagem: Reprodução)

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