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Gabriella Di Grecco – Foto: Rafael Monteiro

A atriz e cantora Gabriella Di Grecco constrói sua arte entre o português e o espanhol, fazendo da linguagem não uma barreira, mas um instrumento de criação e encontro. Nascida em Cuiabá (MT), ela cresceu cercada por referências brasileiras e latino-americanas — da música popular às telenovelas mexicanas e argentinas — e, desde cedo, desenvolveu uma curiosidade natural por cruzar fronteiras culturais.

Entre línguas e emoções

A virada veio em 2018, quando Gabriella se mudou para Buenos Aires para interpretar Helena/Ana Urquiza na série Bia, da Disney. No set, convivendo com artistas da Argentina, Colômbia, Equador, Venezuela, México e Espanha, aprendeu o espanhol no cotidiano — entre gravações, conversas e caminhadas pela cidade.

“Aprender uma língua é também aprender outro modo de pensar, outro modo de estar no mundo. Cada palavra traz uma emoção diferente. Quando comecei a cantar em espanhol, senti como se abrisse novas janelas dentro de mim”, conta.

Música como território comum

Cantar em espanhol tornou-se um gesto natural. Em “Si Vuelvo a Nacer”, uma de suas primeiras e mais populares gravações no idioma, Gabriella percebeu que não traduzia apenas letras, mas sentimentos.

“Quando canto em espanhol, minha voz encontra outro tipo de corpo, outra energia”, afirma.

Essa relação bilíngue com a arte fez a cantora enxergar a América Latina como um território compartilhado. Enquanto muitos artistas brasileiros ainda mantêm certa distância da América Hispânica, Gabriella a vê como uma extensão afetiva e simbólica:

“O Brasil e os países hispânicos compartilham dores e encantamentos muito parecidos. Me interessa ser parte dessa conversa”, diz.

Arte sem fronteiras

Hoje, a artista acredita que a integração cultural entre o Brasil e o restante da América Latina é uma das tarefas mais urgentes da música e do audiovisual. Entre composições para a Warner Chappell, direção de videoclipes e novos projetos autorais, Gabriella investe em canções bilíngues e colaborações com artistas hispano-americanos.

Para ela, misturar idiomas não é uma estratégia, mas um destino artístico e humano:

“Sou brasileira, claro, mas também parte desse organismo maior que é a América Latina. A fronteira é uma convenção. A voz viaja, o idioma muda, mas a substância humana é a mesma. A arte, quando é honesta, não pertence a um país — pertence a quem a escuta e se reconhece nela.”

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