
O wellness teve um boom surpreendente dentro dos últimos anos, principalmente nas redes sociais com mil produtos de cuidados com a pele, suplementos, dietas super restritivas e treinos cada vez mais intensos. Essa busca pelo bem-estar, depois de se tornar uma tendência, também acabou se tornando também uma pressão enorme.
Não é novidade que principalmente mulheres sofrem bastante com a pressão estética e posso dizer que essa busca incansável pela perfeição é uma trajetória exaustiva. Já fui aquela pessoa que me cobrava por faltar na academia, mas nunca deixei de me dar a alegria de comer o que eu queria, ainda que fosse só um pedacinho. Essas são as reflexões que queria trazer nessa coluna para tentar, ainda que indiretamente, fazer o próximo ano soar um pouco mais leve — pelo menos no nosso relacionamento conosco e nosso corpo.
A começar pelo meu modo de lidar com alimentação: nunca fui de fazer uma rotina restritiva. Quem me conhece sabe que não vivo sem pão de queijo e sucrilhos, e sei que essa informação já vai fazer pessoas surtarem pelo excesso de carboidrato e açúcar, mas vou compartilhar uma verdade: o excesso de qualquer coisa é ruim, e cobrar a si mesma uma dieta impecável também vai te fazer mal. Aquela vontade de devorar uma barra inteira de chocolate depois de alguns dias sem açúcar nada mais é que o resultado dessa privação toda, viu?
O mesmo vale para os treinos diários, cada vez mais intensos. Nós nunca estamos 100% todos os dias e respeitar essa condição é crucial para nosso bem-estar, mas acaba sendo muito fácil nos comparar com pessoas que têm esse ritmo naturalmente. Claro que fazer exercícios físicos é incrível e sempre vou apoiar esse fato, porém, a mente também pede, de vez em quando, para ficarmos um pouquinho em repouso assistindo uma série ou um filme na TV. É nesse equilíbrio que mora um resultado melhor, tanto físico quanto mental.
No fim do dia, não precisamos de uma lista de compras no mercado que ignore aquilo que gostamos, muito menos de nos forçar a ir para a academia quando acordamos em um dia ruim. Precisamos voltar entender a essência da expressão “bem-estar”, zelando por aquilo que nos faz bem como indivíduos, ou seja, lembrar sempre que cada um tem um corpo, uma rotina, desejos, intenções e vários contextos que vão justificar a própria condição.
Iniciando com um pouco de antecedência as expectativas para 2026, eu espero que as pessoas voltem a ter mais carinho consigo mesmas. O autocuidado é maravilhoso, mas também precisa da dosagem certa para que não vire mais uma preocupação, motivo de ansiedade ou até mesmo de autocrítica.
- Neste artigo:
- colunista GLMRM,
- Helena Silvarolli,
- wellness,