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Felipe Hirsch
Felipe Hirsch

Por Verrô Campos

Aos 40 anos, Felipe Hirsch já é um dos mais premiados diretores de teatro do Brasil. Com um longa no currículo, co-dirigido por Daniela Thomaz, o “Insolação”, Hirsch passou também a se arriscar na TV e estreia nesta segunda sua primeira série, “A menina sem qualidades”, feita para a MTV Brasil. O roteiro, escrito por ele, é uma adaptação do romance da alemã Juli Zeh e conta a história de adolescentes e seus conflitos. Protagonizada por Bianca Comparato e Rodrigo Pandolfo, mostra esse universo de forma realista e às vezes até cruel. Glamurama conferiu em primeira mão os dois primeiros capítulos da série e conversou com Felipe.

-Você assiste televisão? “Sinceramente? Não. Não tenho esse costume, mas não tenho preconceito. Eu compro em DVD coisas que assistia quando garoto, tipo “Monty Python”, “Muppets”, “Saturday Night Live”, “Seinfield”, coisas que estão aí há 20, 30, 40 anos. Comecei adolescente a ver “Monty Python” e eles fizeram a minha cabeça. Não os filmes, mas os programas de TV. A minha relação com a televisão está completamente ligada a eles.”

E na sua adolescência, se sentia um “menino sem qualidades”? “Eu tinha um pouco de cada personagem. Por um lado eu era muito fechado, diferente da Ana, vivida por Bianca, mas me relacionava com a cultura em geral, lia muito, o que é mais parecido com ela. Por outro lado eu também tinha um pouco do Alex, personagem de Pandolfo, um jeito um pouco perverso, de sedução intelectual.”

-Era pela intelectualidade que você seduzia as pessoas na escola? “Sim, realmente, porque não sou um homem bonito. Não sou como se diz “um artista de cinema”, então tinha que seduzir com a inteligência, com algum tipo de charme relacionado a isso.”

-Qual é a grande qualidade que você busca em um ator? “Que ele seja pouco vaidoso e mais disponível emocionalmente, que viva com intensidade o que é representar, interpretar. Também busco um lado amador, um lado de paixão, que fez a pessoa querer aquilo. Isso desde Fernanda Montenegro até um ator inexperiente. Paulo Autran tinha 84 anos e não falava “eu já fiz isso, não tenho curiosidade”, ele tinha um lado criança, infantil que queria conhecer as coisas. Eu levei isso para sempre na minha vida: ter curiosidade e não fazer com que a sua vaidade e a experiência barrem a iniciativa para buscar coisas novas.”

-Você se sente jovem? “Eu me sinto de cabeça muito jovem, mas a Fernanda Montenegro também se sente e tem oitenta e tantos anos É assim a vida, a gente sempre vai se sentir jovem, a gente tem na cabeça isso. Claro que o corpo já dói todo, mas a cabeça continua pensando se não no jovem que você foi, no jovem que você imagina que exista em você.”

-Você é nostálgico? “Sim, bastante nostálgico, mas sou também muito apaixonado pela juventude e isso faz com que eu consiga me relacionar bem com os tempos que chegam.”

-Tem filhos? “Não. Terei, terei.”

-Se sente preparado para a adolescência deles um dia? “Na verdade eu falo para a minha mulher, a Mariana Prates, me entregar meu filho só na adolescência. Acho que lido super bem com adolescentes, mais que com criança. Acho que as crianças humilham a gente, elas são muito espertas, muito inteligentes e estão sempre nos causando algum tipo de embaraço. Gosto dos adolescentes porque me sinto mais no nível deles, mais estúpido, brincalhão. Gosto da ideia de tentar formar um adolescente, mostrar a ele coisas.”

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