Renata de Goeye abre closet para J.P: “Usar peças que são tendência me incomoda”

Por Manuela Almeida para revista Joyce Pascowitch de novembro

Quem observa a autêntica Renata de Goeye não imagina que, antes de se enveredar pelo mundo da moda, ela torcia o nariz para o assunto. Formada em jornalismo, a estilista começou ajudando a lançar a extinta marca de sua irmã, Fernanda de Goeye, ao lado de Paula Raia, a Raia de Goeye. “Entrei para escrever textos e convites e, em pouco tempo, ganhei uma linha de acessórios e acabei virando uma das cabeças criativas da grife.” Foi o suficiente para que ela mergulhasse de vez no universo e acabasse se apaixonando.

Dona de um estilo chic e despretensioso, Renata é hoje o melhor reflexo da Erre, marca que comanda ao lado de sua outra irmã, a caçula Claudia. A personalidade na hora de se vestir – e também de criar coleções que são queridinhas entre as moças de fino trato – tem raiz no guarda-roupa de sua mãe. Yvonne de Goeye é conhecida entre a turma descolada de São Paulo por escolhas que passam longe do lugar-comum, incluindo looks soltos, confortáveis e com pegada étnica – a família morou durante alguns anos na África. Daí a paixão de Renata pela calça saruel antes mesmo de o modelo se tornar febre entre as fashionistas. Em seu guarda-roupa também entram regatas com decote nadador, bermudas, camisas e cintos de elástico. Tudo combinado de uma forma nada óbvia. Grávida de sete meses do primeiro filho, a estilista está reinventando mais do que nunca suas produções. “Eu tenho de repensar o que me valoriza. Não posso usar algumas blusas, porque os modelos largos e rodados, me fazem parecer uma barraca”, brinca.

Outra influência de Renata é o trabalho de estilistas contemporâneos como Yohji Yamamoto, japonês conhecido por uma pegada urbana e modelagem solta, e Dries Van Noten, que mescla cor e estampa de maneira rica. Em suas viagens pelo mundo, costuma garimpar objetos únicos como a clutch dourada e preta trazida do Marrocos. “Gosto de misturar cores, tecidos e acessórios exóticos. Usar roupas e objetos que são tendência me incomoda.” Simples assim.

[galeria]592805[/galeria]