Glauber Britto transforma paixão em negócio e faz da Odara uma referência gastronômica no Nordeste

Foto Divulgação

Em Petrolina, no coração do Vale do São Francisco, a rotina do café da manhã ganhou novos sabores. Croissants de fermentação natural, entremets da alta confeitaria e cafés premium passaram a dividir espaço com a tradicional tapioca e a carne de sol. À frente dessa transformação está Glauber Britto, chef baiano de 41 anos formado no Le Cordon Bleu, que trocou a carreira de influenciador digital pela gestão da boulangerie Odara.

A marca, inaugurada há apenas sete meses, já se consolidou como ponto de encontro da boa gastronomia e representa um divisor de águas na vida profissional de Glauber.

Da tela do YouTube ao comando de um negócio

Antes de abrir a Odara, Glauber conquistou público no YouTube com o canal Champagne com Dendê, no qual misturava técnica refinada e sotaque brasileiro. Foi nesse ambiente digital que ele percebeu que a gastronomia poderia ir além das telas.

Hoje, como chef executivo e gestor, ele acumula funções. “Cuido do marketing, do administrativo, do RH, da criação do cardápio… É preciso dedicação diária para aprender cada parte. Antes, eu não precisava me preocupar, agora, minhas decisões afetam também as 12 famílias que dependem de mim e da minha gestão”, afirma.

Apoio e aprendizado para estruturar

Para transformar paixão em negócio estruturado, Glauber buscou apoio do Sebrae, onde conheceu seu atual sócio, consultor financeiro especializado em gastronomia. A parceria ajudou a profissionalizar processos e consolidar a empresa. “Aprendi muito, principalmente na forma de estruturar projetos”, explica.

Pouco tempo depois da inauguração, a Odara já enfrentava desafios como a alta no preço do cacau. “O preço disparou de R$ 230 para R$ 450 por dois quilos. Para não repassar totalmente ao cliente, precisamos equilibrar muito. Os dois primeiros anos de qualquer negócio são os mais difíceis, ainda mais no Brasil”, comenta.

França com sotaque nordestino

Em uma região pouco habituada ao conceito de boulangerie, a estratégia foi unir técnicas francesas com os insumos locais. “Usamos mangas, uvas, morangos, mirtilos do Vale do São Francisco. É a França com sotaque pernambucano, mantendo qualidade altíssima”, diz Glauber.

O diferencial da Odara também está em não seguir modismos. “O maior sucesso é manter nossa originalidade. Tivemos a onda do ‘morango do amor’. Todos vendiam, e nós criamos nossa versão em formato de entremet. Foi um sucesso e reforçou nossa identidade. Para mim, ser copiado já é um sinal de sucesso”, afirma.

Olhar para o futuro

Com sete meses de operação, a Odara já projeta expansão. “Existem outros negócios surgindo, inclusive projetos internacionais. Sobre a Odara, pensamos em franquias no futuro. Por isso trabalhamos todos os dias para deixar o modelo redondo e replicável.”

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