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“Histórico” é como Gabriel David define o desfile da Beija-Flor de Nilópolis deste ano que sob o tema-protesto “Monstro é aquele que não sabe amar (Os filhos abandonados da pátria que os pariu)”, rendeu à escola o título de Campeã do Carnaval de 2018. Gabriel é filho de Anísio Abraão David, manda-chuva da escola e, com apenas 20 anos, assumiu no último ano boa parte do comando da gremiação. Feliz que o samba-enredo representa “claramente a realidade que a gente ta vivendo no Rio”, Gabriel pode ser símbolo de uma nova geração à frente das escolas com responsabilidades sociais e que começam a escrever um novo capítulo na história do Carnaval carioca, criado boa arte por homens como seu pai.
Boa pinta e educado, o garoto cursa o 5º semestre de Administração de Empresas da Puc-Rio. Estudou a vida toda na The British School, escola de elite carioca, e cresceu no barracão da Beija-Flor. Seu envolvimento maior começou de repente, segundo ele contou ao site. “Cresci aqui, sempre me identifiquei com a escola, mas não parei para pensar nela. Ajudei como achei que podia e isso é o que pretendo continuar fazendo.” Ele pode até ter tudo pra ser considerado playboy, mas mantem os pés no chão e encara numa boa aqueles que não digerem muito bem a ideia de um garoto de 20 anos comandar de uma das maiores escolas de samba do Rio e, pior, debruçado sobre mudanças. “Cresci aqui e todo mundo sempre me tratou bem, com respeito e carinho. A maioria me viu nascer e foi legal comigo. Não senti preconceito dentro da escola, mas fora sim. Tem gente que fala coisas erradas que fazem parte da história de qualquer pessoa que queira fazer mudanças.”
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Com uma mente em ebulição, ele reconhece como principais méritos de sua entrada para a escola a escolha pelo enredo autoral e a confiança em Marcelo Misailidis, ex-primeiro bailarino do Theatro Municipal, e responsável por boa parte da construção cênica do desfile. “Coloca-lo foi uma ideia 100% minha”.
Gabriel acredita que o grande prêmio é consequência da energia do samba-enredo. “Era um tema muito importante e o povo todo cantou. A Beija Flor ganhou na emoção, em tocar o coração de cada um. A escola já teve um trabalho de posicionamento de marca muito importante. A ideia é continuar pra que consiga cada vez mais se autossustentar e aumentar seus projetos sociais, além de enredo que agregue informação e conteúdo”, contou.
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Sobre as celebridades que costumam “abrilhantar” o desfile da escola, ele falou: “Claudia [Raia] e Edson [Celulari] sempre que podem desfilam.” Sobre Pabllo, que marcou sua estreia na Sapucaí e declarou querer sair em maior destaque no próximo ano, falou: “Não conversei com ela depois do desfile, mas vai ser eterna.” Sobre colocá-la em maior evidência? “Já temos madrinha e rainha, que são dois postos que não pretendemos mudar, mas a Pabllo [Vittar] é uma pessoa que pretendemos ter por muitos anos.”
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2019
Gabriel, que também é sócio de Carol Sampaio e Ronaldo no Nosso Camarote, na Sapucaí, contou ao site que já está trabalhando com a equipe da escola há dois meses para o Carnaval de 2019 e que ainda há vários temas sendo debatidos. “Meu desejo é retratar algum tema que esteja em evidência, algo social e que agregue ao Carnaval mas, diferente deste ano, vamos buscar um parceiro para ajudar. “Sobre o motivo que o levou a apresentar um Carnaval independente, ele finalizou: “Teriam empresas que apoiariam o tema, mas a gente não conseguiu aceitar. Os patrocínios que a gente tinha não eram interessantes. Isso tem a ver com o posicionamento da escola.”
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