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Atualização da NR-1 torna obrigatória a inclusão da saúde mental como risco ocupacional; especialistas alertam para impactos na produtividade e no bem-estar

Foto Freepik

Mudanças na legislação colocam a saúde mental no centro das atenções

As empresas brasileiras têm até o dia 26 de maio de 2025 para se adequar a uma nova exigência: a saúde mental dos trabalhadores agora é oficialmente considerada um fator de risco ocupacional. A atualização da Norma Regulamentadora nº 1 (NR-1), do Ministério do Trabalho e Emprego, determina que organizações implementem medidas para identificar e combater o estresse, o assédio e a sobrecarga mental no ambiente corporativo.

A medida surge em um cenário preocupante. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o Brasil lidera o ranking global de ansiedade e ocupa o segundo lugar em casos de depressão na América Latina. Dentro do universo corporativo, a situação também é crítica: uma pesquisa da International Stress Management Association (ISMA-BR) revela que 72% dos trabalhadores brasileiros sofrem de estresse ocupacional.

Estresse no trabalho impacta a produtividade e a saúde

Para a neuropsicóloga Carla Salcedo, ambientes altamente estressantes comprometem diretamente o desempenho cognitivo dos funcionários. “O aumento dos níveis de cortisol afeta a memória, a capacidade de resolver problemas e a regulação emocional. Se não for tratado, o estresse crônico pode levar ao desenvolvimento de transtornos psicológicos mais graves”, alerta.

Além disso, a psicóloga Dra. Cristiane Pertusi, especialista em EMDR e traumas, reforça a importância da prevenção. “As empresas precisam criar um ambiente organizacional que promova o bem-estar emocional, com espaços de escuta ativa e feedbacks construtivos. Incentivar pausas e flexibilizar rotinas já traz impactos positivos e ajuda a prevenir casos graves”, afirma.

Como as empresas podem se preparar para a nova exigência?

Para atender às diretrizes da NR-1, especialistas recomendam um conjunto de ações que vão além de iniciativas pontuais. É necessário, acima de tudo, uma mudança cultural nas organizações. Confira algumas medidas práticas:

  • Monitoramento contínuo do estresse dos funcionários, por meio de pesquisas internas e ferramentas de acompanhamento;
  • Capacitação de lideranças, formando gestores capazes de identificar sinais de esgotamento emocional;
  • Criação de espaços de diálogo sobre saúde mental, com segurança para os colaboradores expressarem dificuldades;
  • Flexibilização de jornadas e incentivo a rotinas mais equilibradas, como home office e pausas estratégicas;
  • Adoção de políticas contra assédio e sobrecarga, redistribuindo tarefas de forma justa;
  • Oferta de suporte psicológico corporativo, com profissionais internos ou parcerias externas;
  • Promoção de oficinas sobre regulação emocional, gestão do estresse e mindfulness;
  • Investimento em experiências terapêuticas, como programas de ressignificação de estresse por meio da terapia EMDR.

Investir em saúde mental é investir no futuro

“Investir na saúde mental é mais do que cumprir uma obrigação legal. É uma estratégia inteligente de retenção de talentos e de fortalecimento da reputação empresarial”, ressalta Carla Salcedo.

Por fim, Dra. Cristiane Pertusi destaca que o cuidado com o bem-estar emocional é crucial para o crescimento sustentável das organizações. “Promover um ambiente de trabalho equilibrado não só reduz riscos ocupacionais, como também fortalece a identidade corporativa e impulsiona a produtividade. O EMDR, por exemplo, é uma ferramenta eficaz para ajudar colaboradores a elaborarem experiências traumáticas e retomarem o equilíbrio emocional”, finaliza.

Com o prazo final se aproximando, empresas que investirem no bem-estar mental de seus colaboradores estarão não apenas cumprindo a lei, mas também construindo ambientes mais saudáveis e produtivos.

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