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Reconhecido no Brasil e no mundo por sua trajetória como chef e empresário, Olivier Anquier agora expande sua atuação para o universo da perfumaria. À frente de um projeto internacional que conecta suas raízes francesas à vivência brasileira, ele reflete sobre aromas, memórias e desafios que moldaram sua vida e carreira. Em conversa exclusiva com o GLMRM, Olivier fala sobre autenticidade, legado, charme e a experiência de traduzir sua sensibilidade em fragrâncias.

Você imigrou da França para o Brasil e construiu uma carreira brilhante como chef e empresário. Como vê a mistura de suas raízes francesas com a cultura brasileira influenciando sua sensibilidade para o universo da perfumaria?

As minhas origens francesas trazem aromas florais da Provença, e a minha vivência no Brasil me trouxe aromas florais da Mata Atlântica: de verde, de eflúvios realmente muito especiais. Essa mistura me dá o privilégio de ter essas duas percepções, uma riqueza de apreciação muito ampla de aromas e cheiros maravilhosos.

Sua trajetória o levou de chef a empresário global. Como é para você se ver no centro de um projeto internacional que vai muito além da gastronomia — da cozinha para o universo da perfumaria?

Essa experiência internacional me leva para um novo mundo, além daquele que eu já construí e que o Brasil tem me permitido realizar. Ela vai ampliar ainda mais essa paleta de aromas. E aromas nós também encontramos na cozinha. Então, realmente, essa amplitude me traz uma riqueza muito grande.

Antes de chegar a Riade, o projeto terá uma etapa em Curitiba. Que aprendizados espera extrair dessa experiência para que o conceito floresça no exterior?

O desafio desse projeto, que está sendo elaborado e edificado em Curitiba para depois migrar para a Arábia Saudita, é fruto de 46 anos de convivência, vivência e construção no Brasil. Hoje, isso me permite levar para Riade a minha visão do Brasil, que será o envelope do que o país me deu a oportunidade de construir. O desafio é maravilhoso e será, espero, como sempre foi: um sucesso.

Depois de um acidente que poderia ter limitado seus movimentos, você voltou a viajar milhares de quilômetros de moto. Esse retorno às estradas representa apenas superação pessoal ou também inspira a forma como você encara novos desafios, como agora na perfumaria?

Superar desafios sempre fez parte da minha vida, é até um prazer pessoal. Isso integra todas as parcelas da minha sensibilidade e também se reflete na forma como eu me relaciono com a perfumaria.

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O charme francês é universalmente reconhecido, mas como ele se transforma quando passa pelo seu olhar, que mistura vivência europeia e alma brasileira — e agora também se traduz em uma fragrância?

Pois é… o charme, como foi descrito na pergunta, envolve atitude. E, sem dúvida, a fragrância tem um papel essencial nisso. Na busca por algo que corresponda à minha personalidade, encontro a possibilidade de traduzir e expressar quem sou, revelando o que gosto de mostrar de mim.

Sua filha viralizou recentemente falando francês com fluência. Que significado esse momento tem para você em relação a legado e identidade, sobretudo quando está associado a um projeto que valoriza o savoir-faire francês?

O legado é a cultura. A Olivia tem o privilégio de ter um pai francês e uma mãe brasileira, com culturas diferentes, mas com raízes idênticas: ambos de tradição católica, ainda que expressa de formas distintas. Essa soma, quando transmitida de maneira consciente, permite reunir as particularidades de cada cultura e formar uma pessoa rica, culturalmente falando, especial e diferente. Não significa superior, mas dá a ela a possibilidade, e já permite, demonstrar um carisma e uma presença muito particular e única.

Você costuma falar sobre autenticidade. Como essa característica se traduz quando você participa de uma campanha de perfume, que envolve também sedução, imaginação e emoção?

A autenticidade é fundamental para ter credibilidade. E tive a grata surpresa de encontrar um perfume que me permite transmitir exatamente o bem-estar que ele me proporciona.

Você poderia nos contar como Le Charmeur representa o “charme” que a marca O.U.i Paris deseja transmitir? Quais notas ou sensações foram determinantes para você sentir essa conexão?

Para mim, o charme é sutileza. E a O.U.i Paris me deu a oportunidade de expressar isso de forma indiscutível: ser sutil, mas ao mesmo tempo inesquecível e impactante. É algo que se percebe e faz virar a cabeça.

Um prato simples como bife com batatas fritas se tornou símbolo da sua cozinha, e agora um perfume traduz o seu olhar sobre o charme. O que conecta essas duas criações tão diferentes em termos de emoção e memória?

O que conecta essas duas criações — a fragrância e o meu prato, o meu menu e o meu conceito único — é a simplicidade. É a elegância da simplicidade.

A perfumaria tem o poder de evocar lembranças. Existe alguma memória marcante, talvez ligada à França ou ao Brasil, que pudesse se relacionar com a experiência sensorial de Le Charmeur?

Com certeza, uma lembrança marcante que me liga à França, em relação ao sensorial do Le Charmeur, é a cidade de Grasse, capital da perfumaria. E, no Brasil, é a Amazônia.

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