
GLMRM conversou com Beatriz Lassance, cirurgiã plástica e referência em Medicina Regenerativa, sobre os avanços que estão transformando os tratamentos estéticos. Associando terapias regenerativas, técnicas consagradas da cirurgia plástica e a Medicina do Estilo de Vida, ela explica como os procedimentos que estimulam o próprio organismo estão redefinindo o rejuvenescimento.
O que é a Medicina Regenerativa e como ela se aplica na estética?
A Medicina Regenerativa tem como base regenerar, reparar ou substituir tecidos e órgãos afetados por doenças ou pelo envelhecimento. Na estética, aplica-se esse princípio utilizando recursos do próprio organismo — como células de gordura e fatores de crescimento — para estimular a regeneração celular, melhorar textura e firmeza da pele e redefinir contornos. É um tratamento biológico que respeita a fisiologia de cada paciente.
Por que a gordura do próprio paciente é tão importante nesses tratamentos?
A gordura é um tecido abundante, fácil de obter e muito rico em células-tronco e fatores de crescimento. Após uma pequena lipoaspiração, ela é processada e reinjetada nas áreas que precisam de regeneração ou volume. Esse tecido melhora a função celular e a vitalidade da pele. Pode ser usada em técnicas como Micro Fat Grafting (para devolver volume e suavizar cicatrizes), Nano Fat Grafting (que aproveita apenas os fatores de crescimento) e U Graft, que promove definição muscular.
Quais são as principais inovações entre as terapias regenerativas?
Além da gordura, novas substâncias e tecnologias ampliam as possibilidades. O PDRN, derivado do DNA do salmão, repara o DNA humano e estimula a regeneração celular. Outra inovação são os exossomos, que já fazem parte da rotina clínica e vêm revolucionando os resultados.
O que são os exossomos e como eles funcionam?
Os exossomos são pequenas vesículas que promovem a comunicação entre as células, levando sinais que estimulam regeneração e equilíbrio celular. Eles podem ser extraídos do próprio sangue do paciente e aplicados nas áreas tratadas. Os efeitos incluem aumento de colágeno, melhora da textura e luminosidade da pele, redução de rugas e cicatrizes e até fortalecimento capilar — tudo com segurança, já que vêm do próprio organismo.

Esses tratamentos substituem os procedimentos tradicionais?
Eles não substituem, mas complementam. A Medicina Regenerativa veio para potencializar resultados com naturalidade, atuando na causa e não apenas nos efeitos do envelhecimento. É uma evolução que busca estimular o corpo a se renovar de dentro para fora.
O estilo de vida também interfere nos resultados?
Sim. A regeneração celular depende diretamente do ambiente do corpo. Sono adequado, prática de exercícios, alimentação equilibrada e controle do estresse são fundamentais. Por isso, a Medicina Regenerativa deve andar lado a lado com a Medicina do Estilo de Vida, cuidando tanto das células quanto do terreno onde elas se desenvolvem.
Qual é o futuro da Medicina Regenerativa?
Estamos vivendo uma mudança importante na forma de cuidar da estética. A regeneração é o novo rejuvenescimento. Em vez de apenas preencher ou cortar, o objetivo é estimular o corpo a se restaurar. O futuro é uma medicina cada vez mais biológica, precisa e personalizada, que respeita a individualidade de cada paciente.
Fonte: Dra. Beatriz Lassance – Cirurgiã plástica, membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica e da ISAPS.
Instagram: @drabeatrizlassance
Fotos: Divulgação
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