Esqueça o culto ao anti-aging a qualquer custo. A nova tendência no universo da dermatologia e do bem-estar é o slow aging — um movimento que valoriza o envelhecer de forma consciente, natural e, acima de tudo, saudável. Mais do que eliminar rugas ou apagar sinais do tempo, a proposta é cultivar longevidade com vitalidade, autoestima e equilíbrio.
Médico dermatologista formado pela UFRJ e referência nacional no tema, Victor Bechara explica ao GLMRM os fundamentos dessa abordagem que vem ganhando força entre quem busca resultados duradouros e personalizados.
O que é a tendência slow aging ou positive aging?
Slow aging e positive aging são abordagens que transcendem a ideia tradicional de “combater” o envelhecimento. O foco está em promover um envelhecimento positivo, com atenção à qualidade de vida e ao bem-estar físico e emocional. Trata-se de envelhecer bem, com saúde e consciência, cuidando do corpo e da mente para que a longevidade venha acompanhada de vitalidade e satisfação.
A filosofia é baseada na prevenção, com acompanhamento médico integral e mudanças intencionais no estilo de vida, na rotina de cuidados com a pele e em tratamentos que mantêm a saúde cutânea ao longo dos anos.
Como essa abordagem se aplica à dermatologia? Quais são os principais protocolos?
Na dermatologia, o slow aging é aplicado de forma holística e preventiva, com protocolos individualizados. Os principais pilares incluem:
- Prevenção de danos: uso disciplinado de protetor solar e antioxidantes tópicos e orais (como vitamina C, E, niacinamida e resveratrol), que combatem radicais livres e o fotoenvelhecimento.
- Estimulação de colágeno e elastina: tratamentos que mantêm a firmeza e a elasticidade da pele.
- Reposicionamento de volumes e estruturas: técnicas que promovem resultados naturais e harmônicos, respeitando a anatomia individual.
- Terapias regenerativas: uso de gordura autóloga rica em células-tronco e aplicação de exossomos, que melhoram a função celular e promovem regeneração da pele de forma biológica.
- Skincare personalizado: rotina focada na manutenção da barreira cutânea e na renovação celular contínua.
O objetivo é uma abordagem integrada e progressiva, que acompanhe o paciente ao longo do tempo — com resultados duradouros e naturais.
Como você enxerga a evolução da medicina e da dermatologia em relação à longevidade e ao bem-estar?
A medicina — e a dermatologia em particular — está passando por uma transformação positiva. Saímos de um modelo centrado no tratamento de doenças para um que prioriza a prevenção e o cuidado integral. Na dermatologia, essa evolução se traduz em:
- Tratamentos personalizados, adaptados ao perfil genético e ao estilo de vida de cada indivíduo.
- Tecnologia avançada, com equipamentos e ativos cada vez mais eficazes e seguros, que atuam em múltiplas camadas da pele.
- Visão sistêmica, que conecta a saúde da pele à saúde geral do corpo — incluindo fatores como nutrição, sono, estresse, microbiota e inflamação crônica.
- Naturalidade como prioridade, com foco em realçar a beleza individual e evitar artificialismos.
- Essa nova abordagem permite oferecer uma pele não apenas mais bonita, mas também mais saudável, viva e coerente com o tempo de cada um.
Quais hábitos diários são indispensáveis para quem quer viver bem?
Alguns hábitos são fundamentais e inegociáveis para quem deseja longevidade com qualidade:
- Alimentação saudável e anti-inflamatória
- Prática regular de atividade física
- Sono de qualidade
- Hidratação adequada
- Gestão do estresse
- Exposição solar consciente e uso diário de protetor solar
- Cultivo de conexões humanas e de um propósito de vida
Mais do que rotinas, esses pilares funcionam como aliados poderosos da saúde mental, da autoestima e do envelhecer com equilíbrio. Quando somados ao acompanhamento médico e aos cuidados dermatológicos personalizados, criam o cenário ideal para uma vida longa, plena — e bonita por dentro e por fora.