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Durante a próxima edição da SP-Arte Rotas, entre 27 e 31 de agosto de 2025, a Galeria Choque Cultural apresenta um projeto potente que reflete sobre deslocamento, consumo e cultura urbana. No estande, o artista Alê Jordão exibe a série Sobre Rodas, composta por esculturas em metal e neon inspiradas em carrinhos de supermercado, hotel e aeroporto — objetos cotidianos que ganham novas camadas de sentido ao se tornarem dispositivos críticos sobre mobilidade e sociedade de consumo.

Em diálogo com essas obras, a exposição também reúne uma coleção de shapes de skate assinados por artistas da galeria e convidados, resgatando a relação entre arte urbana, subculturas e liberdade criativa. Juntos, carrinhos e skates transformados em arte propõem reflexões sobre como pessoas, ideias e afetos circulam na cidade contemporânea, em uma mostra que celebra a vocação da Choque Cultural de tensionar o mercado e expandir fronteiras.

Alê Jordão – Foto Divulgação

Batemos um papo com Alê Jordão sobre a série apresentada na feira, seus processos criativos e o papel da luz, da rua e da experimentação na construção de sua trajetória artística.

Na SP–Arte Rotas, você apresenta obras que dialogam com os trabalhos dos artistas da Choque Cultural na exposição Sobre Rodas, em torno de carrinhos e shapes de skate, elementos recorrentes na sua trajetória. Como essas criações se conectam com o conceito da feira este ano?

Eu sempre andei de skate e ando até hoje. Pra mim, se tornou uma fonte de inspiração. Passando pelas ruas, me deparei com a moda underground, o design de objetos, esculturas, a arquitetura dos prédios, luzes de neon e muito mais. Uma visão ímpar, onde a ideia é resumir tudo isso aplicando em carrinhos de supermercado, feira, avião, dentre outros.

A ligação do meu trabalho com as rotas brasileiras está conectada ao título Sobre Rodas, da exposição. Seja no skate, nos carrinhos de supermercado, aeroportos, feiras ou cargas, eles circulam e fazem parte desse universo, levando suas mensagens por onde passam.

Você é reconhecido como um artista visual que conecta arte, moda e design, além do uso marcante do neon em sua linguagem, o que lhe rendeu o título de “homem-luz”. De que forma essas referências têm guiado sua produção ao longo dos anos e o que elas representam para você enquanto linguagem artística?

O Homem Luz surgiu quando comecei a aplicar o neon em lugares fechados, usando minha expertise em design e moda para ampliar meu universo criativo. Isso aconteceu após a Lei Cidade Limpa, onde não podiam colocar neons, painéis de LED, billboards e outdoors em espaços públicos. Aproveitei essa brecha e comecei a instalar em casas de colecionadores, jardins privados e festas especiais, onde o próprio convite era feito com neon.

Hoje, tenho como objetivo colocar o neon de dentro pra fora, ao contrário do que era feito antes, de fora para dentro. A instalação de luz não é apenas para iluminar, mas para seduzir, provocar e criar ambiance.

Esculturas de Alê Jordão / Foto: Alê Jordão

Quais momentos ou projetos você considera mais decisivos na construção da sua identidade como artista?

Acredito que isso está relacionado a explorar vários espaços. Como sou um artista visual, é difícil me colocar dentro de uma caixa. Minha irreverência, o lado lúdico e provocativo fazem parte do processo. Quando um trabalho sai do meu estúdio e vai para um colecionador, museu, praça, eu já não tenho mais controle sobre ele. Então, cada processo, lugar, espaço e tema se tornam únicos.

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