Da ficção para a front row
Com o fim das gravações de Os Donos do Jogo (Netflix), nova superprodução nacional em que interpreta o protagonista Profeta, André Lamoglia embarcou direto para a Europa. Lá, retomou seu posto nas primeiras filas dos desfiles mais concorridos, reforçando sua imagem como referência de autenticidade no cenário do luxo contemporâneo.
Moda como expressão pessoal
Sua chegada a Milão para assistir ao menswear show da Emporio Armani não passou despercebida. Em meio a atletas globais, atores consagrados e ícones da Geração Z, Lamoglia reflete sobre o papel da moda em sua trajetória:
“Milão tem esse efeito de te lembrar que moda é também expressão, não só tendência. Gosto de ver como cada pessoa, lá, carrega sua própria história nas roupas; é sempre uma experiência diferente. A energia da cidade nessa temporada dá até vontade de ousar mais no estilo, mas sem perder minha ‘essência’, que é mais clássica. É legal ver a galera se jogando e criando, e eu gosto de trazer um pouco desse universo para o meu dia a dia também, mesmo que às vezes de um jeito mais descontraído e que possa acompanhar diferentes ocasiões.”
Novo protagonismo no Brasil, raízes na Espanha
Recém-saído das cenas ao lado de Juliana Paes, Chico Diaz, Xamã e Mel Maia, Lamoglia vive um momento de forte presença midiática. A produção nacional marca uma nova fase para o ator, que ganhou projeção internacional com Elite, gravada em Madri — cidade que se tornou sua “segunda casa”.
“Madri me colocou no meio de um monte de gente diferente, cada um falando uma língua, trazendo um estilo próprio. O set de ‘Elite’ foi enriquecedor não só por viver com diferentes culturas e nacionalidades, mas porque você acaba incorporando novas perspectivas e referências só de conviver com a galera, quase um intercâmbio. Trazendo pra Moda, às vezes até uma peça que eu via num amigo e não estava adaptado a usar, eu passava a pensar ‘isso pode ser legal se misturado com algumas coisas que já estão no meu closet’.”
Estilo com propósito
No universo da moda, Lamoglia consolidou-se como símbolo de uma estética em transformação. Depois de protagonizar a campanha Millennialskin da Dolce & Gabbana, firmou parcerias com marcas como Dior, Bulgari, Fendi e Prada. A autenticidade é um valor que ele preserva em cada escolha.
“Nunca fui atrás de perfeição, não acredito em nada que traz essa ideia. O que me faz curtir a moda é sair desse lugar-comum engessado, poder me ver de diferentes maneiras, aprender que é possível misturar uma jaqueta jeans com moletom oversized e que, com boas peças, fique estiloso ao invés de largado. Gosto também de me envolver no processo criativo, de participar das ideias das campanhas. Vejo Moda como diálogo, e não monólogo.”
Detalhes que fazem a diferença
Também presente no desfile da Tod’s Menswear, Lamoglia chamou atenção pelo visual alinhado e casual-chic. O segredo, segundo ele, está nos detalhes — que trazem identidade ao look.
“Escolho o que fica, tiro o excesso, mas sempre deixo os detalhes que entregam personalidade: uma correntinha, um relógio, anéis que peguei numa viagem, óculos que não largo. Os acessórios fazem toda diferença nessas pequenas marcas que oferecem identidade ao look, mesmo que outra pessoa esteja usando a mesma roupa.”
Internacionalização editorial
Em maio, estrelou um editorial para a Calvin Klein Brasil com estética retrô e abordagem contemporânea. Mais do que campanhas, sua influência se consolida em editoriais internacionais — como Neo2 (Madri), Numéro Holanda, BadHombre México e L’Officiel Áustria — que o traduzem como sinônimo de sofisticação descomplicada.
Criatividade em constante reinvenção
Circulando com naturalidade entre Brasil, Espanha, África do Sul e sets diversos, André Lamoglia fecha este capítulo de forma coerente com a construção de sua imagem:
“É um privilégio circular por tantos lugares e universos diferentes, seja no Brasil, na Espanha, na África do Sul, em set de filmagem ou fora dele, mas claro, sem perder um eixo central. Sou fã de juntar referências, misturar influências… Moda, para mim, é liberdade de criação, arte e reinvenção. E acho que como ator é o mesmo sentimento; estou sempre pronto para embarcar em novas histórias, onde quer que sejam ambientadas, contanto que façam sentido para mim.”