No ano em que completa dez anos de carreira, Bruno Montaleone transforma 2025 em um verdadeiro divisor de águas. Com repercussão no cinema, retomada de personagens marcantes e uma agenda que transita entre o audiovisual e o universo da moda, o ator encerra um ciclo marcado por ascensão, visibilidade e amadurecimento artístico.
Dezembro ainda nem terminou, mas Bruno já sente a densidade dos últimos meses ao observar o conjunto de experiências recentes. Foram uma novela, dois longas-metragens e uma intensa agenda de entrevistas, eventos e ações no mercado fashion, incluindo campanhas com a Zara e uma parceria com a Montblanc. Aos dez anos de estrada, ele fecha essa etapa com a clareza de quem cresceu em movimento, ajustando o foco enquanto vivia tudo ao mesmo tempo.
“Mesmo com tanto tempo de estrada, me sinto começando e com muita lenha para queimar. Novela, dois longas, a repercussão no cinema… tudo isso me motivou a afinar meu olhar, ser mais criterioso e entender que intensidade não é correria, e sim precisão”, afirma.
Talvez nenhuma imagem represente melhor esse momento do que as sessões lotadas de “Homem com H”, cinebiografia de Ney Matogrosso que se consolidou como um dos grandes sucessos recentes do audiovisual brasileiro. O filme conquistou crítica e público e ganhou ainda mais força ao chegar ao catálogo da Netflix, onde figurou entre os títulos mais assistidos do Top 10 Global de produções em língua não inglesa.
No papel de Marco de Maria, Montaleone alcançou um patamar de visibilidade que ele próprio ainda admite estar assimilando. “Foi, sem dúvida, o período mais intenso da minha trajetória até então, um divisor de águas”, resume.
Outro eixo fundamental dessa fase está na continuidade de trabalhos capazes de dialogar com públicos distintos. Em “Perdida”, adaptação cinematográfica da série best-seller de Carina Rissi, lançada em 2023 e atualmente disponível no Disney+, o ator deu vida a Ian Clarke, um cavalheiro do século XIX que se torna o par romântico de Sofia, jovem moderna transportada misteriosamente para outra época. Estrelado ao lado de Giovanna Grigio, o filme mesclou romance, aventura e fantasia, conquistou leitores da obra original e revelou uma nova faceta do ator carioca.
Agora, em “Encontrada”, sequência que está em produção, Bruno retorna ao personagem em uma narrativa que aprofunda conflitos emocionais e sociais daquele universo de época. A trama amplia a relação entre Ian e Sofia, explorando tensões entre liberdade, destino e as rígidas normas do século XIX. Para o ator, revisitar o personagem funciona quase como um reflexo do próprio momento profissional: mais consciente do ofício, mas aberto a revisitar origens e expandir horizontes.
“A boa receptividade ao primeiro filme elevou a régua, e isso é ótimo, porque eu também elevei minhas exigências internas. Os próximos lançamentos seguem essa linha de explorar outras camadas da minha arte. Tenho projetos mais dramáticos, outros que flertam com o humor, mas todos me tiram de um possível lugar comum. Se ‘Perdida’ abriu uma porta, agora o caminho é percorrer o corredor inteiro”, finaliza.