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Produção brasileira com Wagner Moura estreia em Cannes
Foto: Divugação

O Festival de Cannes 2025 começou nesta terça-feira (13) reunindo grandes nomes do cinema mundial. A nova edição marca o início não oficial da corrida pelo Oscar de 2026. Com a Palma de Ouro do ano passado tendo influenciado fortemente a premiação da Academia, o festival deste ano desperta ainda mais atenção da crítica e do público.

Brasil marca presença como nunca

O Brasil conquistou espaço de destaque em várias frentes. Kleber Mendonça Filho retornou à competição oficial com o longa O agente secreto, estrelado por Wagner Moura. O filme retrata a jornada de um especialista em tecnologia durante o Carnaval de 1977 no Recife, em busca do filho desaparecido.

No elenco também estão Maria Fernanda Cândido, Gabriel Leone, Carlos Francisco e Udo Kier, que atuou em Bacurau. A obra reforça o olhar de Kleber sobre a relação entre o presente e o passado, tema frequente em sua filmografia.

Além disso, o documentário Para Vigo me voy!, dirigido por Lírio Ferreira e Karen Harley, integra a seleção Cannes Classics. O filme homenageia o cineasta Cacá Diegues, falecido neste ano, e revisita sua obra com profundidade e sensibilidade.

Ceará em foco e talentos emergentes

O programa Factory da Quinzena de Cineastas apostou no Ceará como tema central. Com orientação do diretor Karim Aïnouz, quatro cineastas brasileiros se uniram a realizadores estrangeiros para criar curtas-metragens gravados no estado. As produções abriram a Quinzena com boas críticas.

Na Semana da Crítica, o curta Samba Infinito, com Camila Pitanga e Gilberto Gil, também chamou atenção. E a cineasta Marianna Brennand, escolhida como diretora do futuro pelo conglomerado Kering, ganhou prêmio em dinheiro para investir em seu próximo projeto.

Cineastas consagrados voltam à Croisette

O festival também contou com retornos aguardados. Wes Anderson apresentou O esquema fenício, protagonizado por Benicio del Toro e Mia Threapleton, com participações de Scarlett Johansson e Tom Hanks. A trama mistura humor refinado e estética marcante.

Ari Aster, conhecido por seus filmes de terror, trouxe Eddington, com Joaquin Phoenix, Pedro Pascal e Emma Stone, ambientado durante a pandemia em uma cidade fictícia do Novo México. O longa dividiu opiniões, mas provocou debates.

Spike Lee exibiu fora de competição uma nova versão do thriller Céu e Inferno, de Akira Kurosawa. Com Denzel Washington no papel principal, o filme traz ainda Jeffrey Wright e A$AP Rocky no elenco.

Emoções, lembranças e coragem feminina

Entre os dramas mais comentados está The History of Sound, de Oliver Hermanus, que aborda o relacionamento entre dois músicos no início do século XX. A atuação de Paul Mescal e Josh O’Connor foi amplamente elogiada.

A francesa Julia Ducournau, vencedora da Palma em 2021, voltou com Alpha, um filme sobre uma jovem que sua vida mudar após fazer uma tatuagem. A obra mistura elementos viscerais com reflexões sobre identidade e amadurecimento.

Com o júri presidido por Juliette Binoche, a disputa pela Palma de Ouro promete ser acirrada. A diversidade de gêneros, estilos e nacionalidades na competição mostra que o festival continua a ser uma vitrine de inovação e excelência no cinema mundial.

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