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No próximo mês, diferentes vozes da literatura se entrelaçam para nos lembrar de que viver é se lançar ao incerto — seja por amor, por sobrevivência ou por pura obstinação. De thrillers nostálgicos a fantasias épicas, passando por romances existenciais, análises do mundo contemporâneo e reflexões sobre o luto no trabalho, os lançamentos de agosto formam um mosaico vibrante de personagens que vivem no limite — seja do perigo, da razão ou do coração.

Emma Cline retorna com força total em A convidada e Papai. Em um romance e uma coletânea de contos, respectivamente, ela retrata jovens à deriva, entregues a seus impulsos e à vulnerabilidade de existir em um mundo que não perdoa deslizes. As histórias que ela constrói — uma garota que insiste em permanecer em um lugar onde não é mais bem-vinda, ou personagens tentando sobreviver às próprias decisões — ecoam o desejo universal por pertencimento, mesmo à margem.

Esse mesmo impulso pelo pertencimento atravessa No meio da noite, de Riley Sager, onde o passado é uma ferida aberta. Ao retornar ao lugar onde seu melhor amigo desapareceu há trinta anos, Ethan precisa confrontar a possibilidade de que o trauma nunca foi resolvido — apenas enterrado sob as camadas do tempo. O suspense dá lugar à memória, e o mistério vira um espelho das fragilidades humanas.

Em outro extremo emocional, Amor e outras conspirações, de Mallory Marlowe, injeta leveza e humor ao colocar uma produtora cética lado a lado com um teórico conspiratório carismático. Entre pé-grandes e sentimentos reprimidos, surge uma pergunta genuína: e se o amor for a teoria mais improvável — e ainda assim verdadeira?

Naruse vai dominar o mundo, best-seller japonês de Mina Miyajima, traz a energia criativa e obstinada de uma jovem que recusa qualquer limite imposto. Naruse sonha grande e age maior ainda — como se a vida fosse um palco para testar as ideias mais ousadas. E, nesse palco, ela prova que os inconformados podem, sim, dobrar o mundo à sua maneira.

A inquietação diante da incerteza se transforma em reflexão profunda em No limite, de Nate Silver. O estatístico nos convida a enxergar o risco como motor de transformação, revelando como os que se atrevem a navegar a complexidade — em vez de temê-la — são os que moldam o futuro. Não é diferente de As Crônicas de Âmbar, de Roger Zelazny, clássico da fantasia que, além de magia e intrigas, nos faz refletir sobre identidade, poder e ilusão. O real e o fantástico, o caos e a ordem, se entrelaçam nesse épico existencial.

Mas nem toda travessia é feita em mundos imaginários. Em Lutos corporativos, Mariana Clark fala da dor que atravessa o ambiente de trabalho e da urgência de humanizar as relações profissionais. A morte, a perda e o sofrimento também habitam os escritórios, e ignorá-los é perpetuar um sistema onde o cuidado não tem lugar.

Por fim, Arrume a sua cama, de William H. McRaven, oferece um contraponto. Com histórias da vida militar e lições simples, mas poderosas, o autor mostra como o cotidiano pode ser reorganizado como ato de resistência, disciplina e esperança.

Todos esses livros  da Editora Intrínseca partem de universos muito distintos, mas compartilham uma certeza: viver exige coragem. De enfrentar monstros reais e imaginários, de buscar respostas no passado, de encarar o luto, o amor, o fracasso, o outro e, principalmente, a si mesmo. Cada história, à sua maneira, nos pergunta: o que você está disposto a arriscar?

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