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Foto: Tiago Raw @tiagoraw

Atriz, roteirista e produtora, Jacqueline Sato trilha uma trajetória multifacetada no audiovisual brasileiro, sempre imprimindo identidade e propósito às histórias que escolhe contar. Desde a infância, quando estreou como apresentadora com um quadro de origami, ela já demonstrava inquietude criativa e senso de representatividade. Hoje, ela expande sua atuação para roteiros e produção, com destaque para o docu-talk-reality-show Mulheres Asiáticas, disponível no Universal+, um marco inédito na América Latina por reunir protagonistas e equipe de liderança feminina de ascendência asiática.

Em um bate-papo exclusivo, Jacqueline fala sobre sua trajetória, bastidores e projetos futuros:

Você começou sua carreira ainda na infância, apresentando programas infantis, e desde então passou por novelas e séries. Em que momento sentiu que sua trajetória ganhou um rumo mais consciente, refletindo quem é hoje?

Olha, posso dizer que desde sempre fiz escolhas conscientes e que eram verdadeiras com a pessoa que eu era e que eu sou. Na época do primeiro programa em que fui apresentadora, tive a ideia de criar um quadro de origami para o público em casa. Era algo espontâneo, mas hoje vejo como muito revolucionário: ter um conteúdo desse tipo na TV aberta, sendo realizado por uma menina nipo-brasileira.

Enquanto atriz, sempre evitei personagens estereotipados e lutei por papéis que descontruíssem visões errôneas sobre pessoas como nós. Me orgulho de ver que a maioria dos meus personagens foi nesse sentido.

Como autora, o programa Mulheres Asiáticas reflete minha trajetória inteira, reunindo mulheres brasileiras de ascendência asiática contando suas histórias de forma autêntica e com a atenção que merecem.

Como foi a transição para produção e roteiros autorais, especialmente com Mulheres Asiáticas? Que habilidades você descobriu nessa nova posição?

A transição foi natural, mas tomou forma com este projeto. Desde a formação em Rádio e TV, sempre tive interesse por roteiro e cursos para me aprimorar. Quando percebi a escassez histórica de protagonistas de ascendência asiática — com um hiato de 50 anos entre uma e outra protagonista na TV brasileira — entendi que precisava criar minhas próprias oportunidades.

O programa Mulheres Asiáticas foi pensado para mostrar protagonistas reais, diversas em idade, profissão e personalidade, com liderança feminina asiático-brasileira. Descobri que sou capaz de mais do que imaginava: aprendi a lidar com orçamentos, liderar equipes e confiar na minha intuição. O projeto foi um divisor de águas, exercitando autoconfiança e fortalecendo relações que quero nutrir para sempre.

Foto: Tiago Raw @tiagoraw

Como sua multiplicidade de experiências influencia os projetos que deseja realizar hoje?

Tudo isso faz parte de mim. Não me imagino sem atuar em diferentes frentes. Os conteúdos que faço e farei refletem causas e experiências importantes para mim. Busco contar histórias com profundidade e autenticidade, além de levar conscientização socioambiental.

Minhas escolhas sempre estiveram alinhadas ao propósito mais do que à tendência. Quero que narrativas de diversas origens étnico-raciais sub-representadas também encontrem espaço para se expressar com a melhor equipe e canal possível.

Olhando para o futuro, que tipo de desafio artístico ou projeto você sonha em realizar?

Meus sonhos são muitos: concretizar projetos autorais, protagonizar, antagonizar e me experimentar em toda a multiplicidade possível enquanto artista. Já estou envolvida em múltiplos projetos, de ficção e non-scripted, atuando como roteirista, produtora ou ambas.

Além disso, quero um lar em meio à natureza, para me reconectar e encontrar paz entre as intensas experiências da profissão.

Jacqueline Sato segue construindo pontes entre arte, propósito e representatividade, consolidando sua voz única no audiovisual brasileiro e projetando novos caminhos com autenticidade e consciência social.

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