Publicidade
Ryan Reynolds
Reprodução/Instagram

Mesmo com seu retorno à telona agendando somente para maio do ano que vem, quando será lançado o terceiro capítulo de Deadpool, Ryan Reynolds, o protagonista da franquia, é o ator mais importante de Hollywood nesse momento.

E, isso não se deve unicamente ao último grande negócio que o astro canadense de 46 anos fechou recentemente – por meio de sua holding, Maximum Effort, ele foi um dos investidores que desembolsou US$ 218 milhões por uma fatia de 24% da equipe de Fórmula 1 Alpine, conforme anunciado na última segunda-feira -, até porque trata-se de algo que pouco tem a ver com o métier que o tornou famoso. Mas, é justamente isso que o diferencia de seus pares.

Assim como em todas as outras indústrias, nos grandes estúdios da meca do entretenimento o foco agora e mais do que nunca é se associar apenas a quem lhes garanta o melhor retorno em “brand strength”, algo como “empoderamento de marca”, ou simplesmente tudo aquilo que possa ser convertido em uma espécie de valor intangível capaz de aumentar a percepção positiva dos consumidores em relação aos fabricantes e fornecedores dos produtos e serviços que eles compram.

No caso da relação específica entre Reynolds e, por exemplo, a Disney (que produz Deadpool), entende que tê-lo no comando do elenco de um filme seu com tamanha importância, ao mesmo tempo em que tem um empresário que faz sucesso muito além dos sets de filmagens, o torna ainda mais atrativo entre os millennials, como são chamados os nascidos entre 1981 e 1996, uma geração que representa a grande maioria dos cinéfilos da atualidade. Essa turma presta especial atenção nos nomes dos atores que estão nos filmes que a atrai e leva o background de cada um em conta na hora de decidir se compra ou não o ingresso.

Reynolds, que também é sócio majoritário do lendário Wrexham AFC, um dos times de futebol mais antigos do mundo, fundado no País de Gales em 1864, e em 2020 vendeu a marca de licor Aviation Gin, que fundou em 2006, para a gigante das bebidas Diageo em uma transação que movimentou US$ 610 milhões, parece saber disso. E, não por acaso, o marido de Blake Lively frequentemente é apontado como uma das celebridades mais admiradas pelos millennials, já que estes dão mais valor aos grandes feitos delas e não ligam muito para os boatos e fofocas sobre suas vidas pessoais.

De maneira geral, um atributo como o “brand strength” é a qualificação mais buscada pelas grandes empresas que se preparam desde ontem para o que ficou conhecido como “Indústria 4.0”, a “Quarta Revolução Industrial”, já em curso e projetada para ter seu ápice em 2026, quando o mundo deverá ser absurdamente diferente do que conhecemos hoje. E nele só sobreviverão aqueles que sempre souberam a importância de se renovar constantemente e se diferenciar, tanto pelo lado dos que buscam esses talentos, como a Disney, quanto para o daqueles que têm como maior talento justamente a capacidade de identificar tendências e se adaptar a elas antes que seja tarde demais, como Reynolds.

VOCÊ TAMBÉM PODE GOSTAR

Trump, Hollywood e um déjà-vu que ninguém pediu

Trump, Hollywood e um déjà-vu que ninguém pediu

Trump tenta ressuscitar a franquia Rush Hour ao se aproximar de investidores e de Brett Ratner, num movimento que parece mais político do que cinematográfico. A proposta mistura nostalgia, estratégia cultural e a tentativa de reabilitar nomes controversos, mas enfrenta um mercado que não demonstra demanda real por um quarto filme. O episódio revela mais sobre a necessidade de Trump de reafirmar sua persona pública do que sobre qualquer impulso criativo em Hollywood.
Tom Cruise enfim leva seu Oscar…

Tom Cruise enfim leva seu Oscar…

Tom Cruise foi o grande nome do Governors Awards ao receber, após 45 anos de carreira, seu primeiro Oscar — um honorário. Em um discurso íntimo e preciso, ele relembrou a infância no cinema e reafirmou que fazer filmes “é quem ele é”. A entrega por Alejandro Iñárritu, seu novo parceiro em um projeto para 2026, reforçou o peso artístico do momento. Nos bastidores, o prêmio foi visto como aceno da Academia a um dos últimos astros capazes de mover massas ao cinema. Uma noite que selou não só um reconhecimento tardio, mas também a necessidade de Hollywood de se reconectar com sua própria grandeza.

Instagram

Twitter