Na noite de terça-feira (8), a Livraria da Travessa do Casa Park, em Brasília, foi palco do lançamento do livro O 8 de janeiro que o Brasil não viu, de Ricardo Cappelli. O evento contou com a presença de figuras proeminentes da política nacional, entre elas o vice-presidente da República, Geraldo Alckmin, e os ministros Márcio Macêdo (Secretaria-Geral), José Múcio (Defesa) e Luciana Santos (Ciência e Tecnologia).
Lançada pelo selo História Real, da editora Intrínseca, a obra apresenta relatos inéditos da experiência de Cappelli como interventor federal da Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal durante os atos golpistas de 8 de janeiro de 2023. Com uma escrita direta e contundente, o livro expõe os bastidores da crise e revela episódios marcantes que ficaram fora do noticiário.
A sessão de autógrafos foi acompanhada por um coquetel e reuniu ainda nomes como os deputados federais Érika Kokay (PT-DF), Jandira Feghalli (PCdoB-RJ) e Eduardo Bandeira de Mello (PSB-RJ), o diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Passos, e o presidente da Embratur, Marcelo Freixo. A Universidade de Brasília também esteve representada pela reitora Rozana Naves e pelo vice-reitor Muniz de Farias.
Em seu livro, Cappelli denuncia as pressões e tentativas de sabotagem sofridas enquanto liderava as ações de segurança em um momento de extrema tensão institucional. Trechos impactantes, como a discussão com o general Dutra sobre a presença de manifestantes armados em área militar, mostram o clima de tensão e insegurança que tomou conta do país. “A estratégia era transformar a manifestação em um gatilho para uma crise institucional ainda mais grave”, relata Cappelli.
O autor também aborda o papel das fake news nos eventos, como o caso da falsa notícia sobre a morte de uma manifestante, que chegou a ser mencionada no plenário da Câmara pela deputada Bia Kicis, gerando indignação e potencial instabilidade.
Cappelli afirma que procurou agir sempre com base técnica, buscando afastar-se da polarização política. “Ficou claro para mim que os extremistas queriam ter em mãos o cadáver de um policial”, revela ele em um dos trechos mais duros da obra.
Com sólida trajetória como gestor público desde 1999 e passagem por cargos de alto comando durante os eventos de 2023, Ricardo Cappelli compartilha no livro um testemunho valioso sobre a defesa da democracia brasileira em um dos momentos mais críticos de sua história recente.
Fotos: Alê Bastos/Divulgação.
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