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Walcyr Carrasco
Foto: Divulgação/Globo/Victor Pollak

Pensar em Walcyr Carrasco é, automaticamente, imaginar uma novela das nove digna de um enredo de tirar o fôlego. Quem estiver com saudades dos personagens emblemáticos do autor na TV, pode vê-lo no teatro, onde estreia nesta terça (09) com a peça “Desamor” pela primeira vez no Rio de Janeiro, no Teatro Cândido Mendes.

“Acho que o público pode esperar uma peça densa, que fala justamente sobre transformação, mas também vai fundo na emoção e na construção do personagem”, diz Walcyr em entrevista ao GLMRM.

Já sobre as novelas, o público terá que aguentar mais um pouco e controlar a saudade. “A Dona do Pedaço” foi a última novela assinada por Walcyr, que foi ao ar em 2019. Mais recentemente, o autor fez muito sucesso com “Verdades Secretas 2” (2021), sequência da série que ganhou um Emmy e que, até o momento, é exclusiva para assinantes Globoplay.

Foto: Divulgação/Israel Zucker

Mas Walcyr garante que não está “longe da Globo, nem das novelas”. Na verdade, ele está trabalhando em uma nova história para a emissora: “Estou começando a criar uma [telenovela] nova para o horário das 21h, mas ainda é cedo para falar sobre ela”.

Já sobre o novo momento da classe artística na Globo, que tem deixado o contrato fixo para trabalhar somente por obras, Walcyr acredita que isso é “parte do planejamento das empresas”, pois a estrutura “financeira e administrativa das emissoras e streamings tem mudado muito”.

Tabus sociais sem maniqueísmos

Em cartaz desde 2012, “Desamor” apresenta uma nova fase de Walcyr Carrasco, que entra na sombra do imaginário de seus personagens, fazendo com que eles exponham tabus sociais longe de todos os maniqueísmos.

Na história, que se passa em um boteco sujo de um bairro popular, um taxista, e ex-michê machista e misógino (Dionisio Neto) tenta entender a atitude de um dos seus passageiros e, a partir daí, repensa a sua vida. Durante o tempo que passa nesse bar, ele é atendido por uma garçonete (Jade Diniz).

Em meio a cervejas e pastéis frios, trava um diálogo solitário com a lembrança deste homem nobre que, através de um ato de generosidade, o faz repensar toda sua trajetória de vida e levá-lo à redenção de seus valores morais e éticos.

O autor explica que a peça amadureceu durante esse período e que o trabalho de Dionisio Neto “se tornou mais profundo, descobrindo novas camadas no texto”.

“Espero que o público saia com uma mensagem sólida sobre generosidade. A peça mostra justamente que um ato generoso pode transformar quem recebe”, diz.

Walcyr explica que a ideia de ambientar a história em um bar surgiu após conhecer um boteco de taxistas em São Paulo e por sentir vontade de ter “algo simples” em cena.

“Quando ambientei a peça em um bar, eu estava procurando criar um teatro simples de montagem, bastava uma mesinha e um copo. Também conheci um bar de taxistas em São Paulo, onde eles iam depois do trabalho, e achei importante esse ‘lance’ de realidade”, conta.

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