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Bruno Mazzeo || Créditos: Divulgação TV Globo / reprodução

Aos 43 anos, Bruno Mazzeo é uma das mentes mais criativas da televisão brasileira. Agora, mesmo em época de pandemia, ele segue com os seus trabalhos a todo vapor. Dentro de casa, claro. Recentemente, Bruno e a esposa, a diretora Joana Jabace lançaram “Diário de Um Confinado”, série gravada completamente de maneira remota com roteiro de fácil identificação e que logo fez muito sucesso. “Eu nem pensava que ‘Diário de um Confinado’ iria para a TV aberta. O resultado, no fim, foi muito melhor do que eu esperava”, disse.

Pai de João, de 15 anos, e dos gêmeos José e Francisco, de 3 anos, o ator revelou que, durante o isolamento, enfrentou diversos altos e baixos até começar a trabalhar na série. “Eu fiquei bastante frustrado quando isso aconteceu”, relatou em papo com Joyce Pascowitch nessa terça-feira. A seguir, Glamurama entrega os melhores momentos da conversa, divirta-se!

Joyce Pascowitch: Como você tem tantas ideias?

Bruno Mazzeo: Eu sou muito ansioso e quando estou criando, sobretudo, quando estou criando com um objetivo já claro, a minha ansiedade vai para criatividade. Aí eu escrevo, reescrevo, troco. Até quando vou colocar as crianças para dormir aproveito para ficar refletindo.

JP: O que vem primeiro: os personagens ou a história?

BM: No meu caso, o que vem primeiro é a questão: sobre o que eu quero falar? Em ‘Cilada’, que foi o primeiro projeto que eu fiz com maior repercussão há 15 anos, eu senti a necessidade de falar sobre o nosso cotidiano. Já na época de “Filhos da Pátria” estava estudando bastante a história do Brasil, entendendo como aprendemos mal e muitas vezes de maneira rasa. E isso começou enquanto eu ajudava o meu filho, João, a estudar para as provas, então passei a querer escrever sobre isso. “Diário de Um Confinado” é a mesma coisa, fala sobre o que estamos passando.

JP: Você toma nota de tudo o que acontece na sua vida, ou simplesmente lembra?

BM: Eu anoto muitas coisas, mas menos do que acho que deveria. Então sinto que sempre perco uma coisa ou outra. Mas o que acontece é que estou sempre criando e, algo curioso que acontece comigo, é que o meu olhar parece que já está treinado para o estilo de série que estou escrevendo. Além disso, quando vou escrever sobre uma determinada situação, parece que surge coisas no meu ‘HD’ do meu repertório que não lembrava.

JP: Você está planejando uma segunda temporada de ‘Diário de Um Confinado’?

BM: É algo que ainda estamos pensando. Tudo está mudando muito rápido, inclusive essa flexibilização. Para mim, não. Eu ainda estou confinado. Mas temos que refletir porque o sucesso dessa primeira temporada foi justamente o fato de muitas pessoas se identificarem. Todo mundo está vivendo a mesma situação.

JP: O sucesso da sitcom é esse?

BM: Sim, eu acredito que sim. Eu ouvi sobre ‘Diário de um Confinado’ coisas muito parecidas que eu ouvi quando lancei ‘Cilada’. As pessoas sempre falavam: ‘eu já passei por isso’. É interessante!

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JP: Você imaginava todo esse sucesso?

BM: Não, eu nem pensava que ‘Diário de um Confinado’ iria para a TV aberta. Quando pensamos sobre a série, era para um quadro no Fantástico, site da Globo e, na melhor das hipóteses, Globo Play. Conjecturamos mil possibilidades, mas nunca paramos para pensar realmente no tamanho disso. O resultado, no fim, foi muito melhor do que eu esperava. Tudo parece que foi maior do que eu estava imaginando.

JP: Como foi a relação com a sua esposa, Joana, que dirigiu a série? Ela te dava ordens?

BM: Não dava ordens, mas ela sabe muito bem o que quer. Desde o começo ela tinha um conceito para a série, uma linguagem que ela queria abordar. Fiquei muito orgulhoso. Apesar de ser um projeto caseiro, ele não é amador.

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JP: A Joana faz a série ‘Segunda Chamada’, em que a Débora Bloch é atriz principal. E ela também pode ser vista em Diário de Um Confinado…

BM: Sim, nós tivemos a vantagem de que a Débora é realmente nossa vizinha, então surgiu a ideia de um personagem para ela. Foi ótimo porque todos os colegas que chamamos toparam de imediato, já que todos estavam nas mesmas angústias e incertezas.

JP: Você fez tudo dentro do seu apartamento. Como faziam quando as gravações acabavam?

BM: Pois é, eu nunca tinha vivido isso. Em um set, quando acaba, você vai embora e se desliga. Aqui no apartamento, não. Por aqui nós tínhamos que “desproduzir”. Nós montávamos todo o cenário usando objetos que a produção de arte, que trabalhava remotamente, havia nos enviado, então tudo o que colocávamos no local nós tínhamos que recolher porque, no outro dia, as crianças acordavam cedo.

JP: Aconteceram muitos imprevistos?

BM: Na hora de escrever eu pensei bastante nisso. Então simplifiquei as cenas para que não fossem muito difíceis de realizar em casa. Em uma cena, por exemplo, a panela explode e vai parar no teto. Lembro que a Joana chegou e me disse: “por que você foi escrever que tem que sujar o teto da cozinha? Vamos ter que limpar depois”. E como fizemos isso? Sujamos o papel higiênico com feijão e jogamos no teto para dar uma espalhada. Foi uma coisa meio teatral, principalmente o teatro em começo de carreira. Nós mesmos fizemos tudo, sozinhos. Até o frio na barriga de quando começamos a gravar, foi o mesmo que eu sentia no teatro.

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JP: Você assiste outras sitcons?

BM: Não vejo tanta comédia assim. Nos últimos tempo, assisti Fleabag, Afterlife, Modern Family, mas eu dedico muito mais o meu tempo a ver drama. Acabei de assistir a série do Michael Jordan, por exemplo. Eu amei. E hoje vamos começar uma série nova aqui em casa. A Joana quer começar uma série da HBO, mas não me lembro o nome. Eu gosto de comédia quando elas me causam alguma ruptura.

JP: Como que é o seu confinamento?

BM: Eu já trabalho muito em casa. No último ano, eu fiquei o tempo inteiro dentro de casa escrevendo, enquanto a Joana estava em Segunda Chamada. Então ficar em casa não é bem uma novidade. Não vou à uma redação, por exemplo. Agora eu fiquei bastante frustrado quando isso aconteceu. Depois de anos que me dediquei aos textos, eu finalmente iria para o set. E, de repente, a pandemia aconteceu e eu me vi trancado em casa sem conseguir me focar. Queria aproveitar o tempo para criar, mas nem sempre conseguia. Vivi muitos altos e baixos, até chegar a hora de começarmos em ‘Diário de Um Confinado’.

JP: O que foi mais difícil para você nesse confinamento? Qual o aprendizado?

BM: Eu estou sentindo muita falta dos meus amigos, essa é a grande saudade do momento. Aqui em casa, estou com a minha família, estou trabalhando, mas os amigos eu não tenho. Os abraços, falar besteira, falar sobre a vida. E isso mostra um pouco a questão do simples. O meu aprendizado vai ser esse. E, espero que quando a vida volte ao normal, seja qual for esse normal, eu consiga colocar isso em prática.

JP: Com a pandemia, como você acha que vai ser a cultura daqui pra frente?

BM: Como não sabemos o que vamos encontrar ainda, acredito que de imediato vai ter que acontecer algum tipo de reinvenção, e isso já está sendo feito. Fizemos o ‘Diário de Um Confinado’ dentro de casa, mas outros projetos também já estão sendo feitos. Essa reinvenção precisa acontecer porque o protocolo de segurança vai permanecer por algum tempo. Agora, não podemos tocar uns nos outros, nos beijar, é necessário manter distância, então as dramaturgias precisam mudar um pouco. É tempo de reinvenção: o online veio para ficar.

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