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Houve uma alta dose de drama médico no desfile de outono-inverno 2018 da Gucci apresentado nesta quarta-feira durante a semana de moda de Milão || Créditos: Getty Images
Houve uma alta dose de drama médico no desfile de outono-inverno 2018 da Gucci apresentado nesta quarta-feira durante a semana de moda de Milão || Créditos: Getty Images

O diretor criativo da Gucci, Alessandro Michele, superou mais uma vez as expectativas dos amantes da moda. A começar pelo convite do desfile de outono-inverno 2018 – um timer laranja dentro de uma bolsa de plástico com a descrição “Parental Advisory, Explicit Content” algo como “Aviso aos Pais. Conteúdo explícito” em tradução livre e que marcava as horas até o início do show nesta quarta-feira durante a semana de moda de Milão. Os convidados foram recebidos para o desfile em um consultório médico turquesa com macas, portas corta-fogo com barras de pânico, cadeiras de espera e luzes de sala de operação que iluminaram a passarela com um tom branco e rígido. Apesar de inusitado e até estranho aos olhos, o conceito refletia o trabalho do designer como o ato de cortar, costurar e reconstruir materiais e tecidos para criar uma nova personalidade e identidade.

Inspirado pelo livro Manifesto Ciborgue, publicado por Donna Haraway, em 1984, Michele levou para a passarela visuais metafóricos que carregavam o peso da evolução, autoconsciência, feminismo e política. Modelos desfilaram carregando embaixo do braço réplicas de suas próprias cabeças. Em outro momento, uma modelo trazia seu terceiro olho adicionado à testa. Passado o choque, os acessórios de cabeça humana deram lugar aos animais como um camaleão e um bebê dragão. No final do show, uma cobra com padrão vermelho, branco e preto listrado – quase idêntico aos  impressos no logo da Gucci – fez sua estréia na pista.

E se os acessórios inusitados chamaram atenção, a nova coleção também teve seu momento. Cada um dos looks traziam milhões de informações e camadas. É possível passar facilmente cinco minutos analisando cada aspecto, digerindo o mix de estampas, aplicações de franjas e pedrarias, colares e turbantes. Peças do guarda-roupa corporativo combinavam com gorros do New York Yankees e San Francisco Giants, times de baseball. Capas, mantilhas, veludos e brocados espalhados com chapéus de veludo e balaclavas. Ao final da análise do desfile voltamos à questão clássica: o que Michele pode fazer para superar esse show no próximo ano?

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