Um artista se diferencia de outras profissões por sua criatividade constante e olhar aguçado para conseguir transformar suas ideias em arte. No luxo, essa característica é ainda mais requisitada, sendo necessário criar estratégias para manter a marca atual sem perder o valor da identidade principal. Pensando nisso, conversamos com Claudia Kechichian, designer e fundadora da joalheria artesanal de luxo homônima, para entender melhor o processo de criação e as estratégias da marca para se manter sempre atualizada.
Você é fundadora da joalheria artesanal Claudia Kechichian e desenha todos os designs das joias. De onde vem a sua principal inspiração para a criação de coleções?
Para criar as minhas coleções, eu parto de várias vertentes. Como todo artista, meu olhar é aguçado para a sensibilidade: eu consigo ler um livro e montar uma coleção ou mesmo observar uma pedra especial e daí sair um design super diferente. Sempre digo que o designer não pode ter preconceito, ele tem que estar aberto e ser uma “esponja” de tendências e assuntos que servem de base para desenvolver do zero uma coleção que irá inovar o mercado.
Seu avô foi joalheiro, foi por causa dele que se interessou pela área?
Eu descobri que meu avô era joalheiro depois de adulta. Os caminhos da minha vida me levaram até a arte e consequentemente à joalheria. Quando eu era criança e perguntavam o que queria ser, a resposta sempre era voltada para esse ramo, já que também sou filha de artista plástica.
Já passei por escultura, estética, até chegar em design de joias e minha mãe confirmar que meu avô era joalheiro. Não tive contato com este lado dele, mas acredito que muitos dons nós herdamos e, se soubermos aproveitá-los, conseguimos criar algo lindo!
Além do comercial, a marca também tem uma lista interessante de embaixadores, como a Carol Lauriano e o Fábio Monnerat. Como é feita essa seleção? Qual a estratégia para a escolha desses nomes?
Para construir um squad de embaixadores, nós partimos da premissa que eles precisam estar alinhados com a nossa mensagem de luxo artesanal e compreender o nosso processo de criação das peças. Ao escolher um embaixador, acompanhamos com orgulho o trabalho na internet e fora dela, além de sempre buscar dar o suporte necessário.
Por exemplo, a Carol Lauriano nos chamou atenção pela afinidade com arte. Ela é curadora de arte e entende a proposta da nossa marca. O Fábio é um profundo admirador de marcas brasileiras, o que nos dá ainda mais espaço e visibilidade. Eu concordo muito com a forma deles pensarem, então a nossa relação se fortalece ainda mais.
Vocês trazem a sustentabilidade como um pilar da produção. Como isso é feito e qual a importância para a marca?
A sustentabilidade é hoje um pilar muito importante dentro da minha oficina. Comecei a considerar esse processo para evitar com que minha equipe se prejudicasse durante a produção e, consequentemente, proteger o meio ambiente de toxinas. Para isso, busquei alternativas não tóxicas, e conseguimos substituir os ácidos usados por outros elementos.
Hoje, levo muito a sério a questão sustentável. Além da questão das substâncias, também reutilizamos metais que os clientes desejam trocar por novas joias. Precisamos buscar soluções que não agridam o planeta nem nossa equipe.
- Neste artigo:
- Claudia Kechichian,
- Moda e Design,