O humorista Fernando Pedrosa tem se destacado na cena da comédia por proporcionar ao público LGBTQIAPN+ o seu primeiro contato com o stand-up, criando um ambiente seguro e acolhedor. Ele tem atraído uma audiência que, anteriormente, se mostrava avessa ao gênero, muitas vezes por medo de ser alvo de ofensas ou ataques, e estava carente de conteúdo que falasse a sua linguagem, sem julgamentos.
Formado em Rádio e TV, Pedrosa trabalhou por muitos anos como redator publicitário, mas sempre teve afinidade com o humor. Iniciou no stand-up aos 28 anos e, inicialmente, seguiu carreira como roteirista de comédia. Após deixar seu último emprego, onde escrevia roteiros para outros artistas, ele percebeu uma oportunidade de se lançar como produtor e focar em seus próprios shows. Embora tenha começado como roteirista, seu maior desejo sempre foi ocupar os palcos e dar voz às suas próprias ideias, promovendo uma mudança significativa na comédia, com um conteúdo mais relevante e inclusivo.
Com nove anos de experiência, Pedrosa faz parte de uma nova onda de renovação do stand-up, junto a outros artistas que, não apenas no humor LGBTQIAPN+, utilizam a comédia como ferramenta social, fomentando debates e provocando reflexões de forma mais leve. Há pouco mais de um ano, ele lançou seu show solo e, desde então, seu Instagram cresceu 100 vezes, alcançando mais de meio milhão de seguidores. Pedrosa aposta em um humor interativo e acolhedor, incentivando o público a compartilhar histórias e experiências.
Após o sucesso do seu primeiro show, Fernando Pedrosa Xaveca a Plateia e Bebe Vinho (que tem apresentações marcadas até o final do ano e será lançado em formato de pocket show no YouTube), Pedrosa estreou seu novo projeto: Gayme Show. Inspirado nos programas dos anos 90 e com uma abordagem livre de preconceitos, o Gayme Show envolve o público e convidados especiais em quadros humorísticos interativos e conta com a presença carismática de Audácia — Drag Queen, roteirista e comediante — como assistente de palco. Pedrosa também reuniu uma equipe diversa e inclusiva, refletindo nos bastidores a pluralidade da comunidade, o que reforça ainda mais seu compromisso com a representatividade e a inclusão na comédia.
Em entrevista exclusiva ao portal, o humorista revela detalhes de sua trajetória e planos para o futuro.
O que sentiu quando o seu público começou a crescer e abraçar a roda de conversa nos shows?
Está sendo uma experiência incrível! Percebi o quanto o público estava carente desse tipo de conteúdo. Conquistei até mesmo pessoas que não gostavam de stand-up, muitas vezes por medo de se tornarem alvo de ofensas e ataques. Hoje, vejo o quanto era necessário criar esse ambiente acolhedor. Eu mesmo, muitas vezes, não me sentia acolhido, e agora sou muito grato por estar iniciando algo que faz bem para todos.
Quando foi que sentiu a necessidade de fazer o humor inclusivo?
Trabalhei por muito tempo como roteirista de shows de comédia e percebi o quanto o humor, muitas vezes, era carregado de preconceitos. As piadas frequentemente não tinham graça para muitas pessoas, especialmente para quem faz parte da comunidade LGBTQIAPN+. Foi aí que senti a necessidade de criar algo mais inclusivo, com a leveza de uma roda de conversa entre amigos, onde todos possam se sentir acolhidos e abraçados. Afinal, o humor deve ser para todos.
Você é pioneiro no humor inclusivo para a comunidade LGBTQIAPN+, como está sendo levar isso ao público e qual é o diferencial dos seus shows?
Está sendo uma experiência incrível levar o humor inclusivo ao público, especialmente para a comunidade LGBTQIAPN+. Estou arrancando muitas risadas e, ao mesmo tempo, criando um ambiente seguro e acolhedor, onde todos se sentem à vontade para ser quem são. O diferencial dos meus shows é justamente essa troca: além das piadas, promovo um espaço para que as pessoas possam compartilhar histórias e experiências. É como estar entre amigos, relaxando e dando boas gargalhadas, sem medo de julgamentos ou piadas de mau gosto. O foco é criar uma conexão verdadeira, onde todos saem mais leves e felizes.
Você tem nove anos na comédia, anteriormente como roteirista. Como foi essa passagem de roteirista para os palcos?
Foi uma transição inesperada, mas muito gratificante! Sempre tive o desejo de estar no palco, contando as histórias e as piadas que eu escrevia. Porém, só depois que fui demitido percebi que era o momento certo para dar esse passo. Foi como se tudo se alinhasse para eu finalmente fazer o que realmente amo. Desde então, meu público cresceu significativamente, minhas redes sociais dispararam, aumentando 100 vezes! Hoje, tenho uma agenda de shows fechada e até uma turnê internacional marcada. Estar no palco me ensina muito todos os dias, e posso dizer que me encontrei nesse processo. É ali que sinto que estou realizando algo autêntico e que conecta as pessoas por meio do humor inclusivo.
Este ano suas redes cresceram 100 vezes mais, com tanto sucesso, quais são os seus planos para o próximo ano?
Continuar crescendo, com certeza rsrsrs. No próximo ano, tenho planos incríveis pela frente. Em maio, embarco para minha primeira turnê internacional, com shows na Europa, algo que estou muito empolgado para realizar. Além disso, pretendo manter minha agenda lotada aqui no Brasil com o Gayme Show, que tem sido um grande sucesso. Também quero investir ainda mais nas redes sociais, e no meu canal no YouTube, produzindo conteúdo que conecte com o público e amplie o alcance do humor inclusivo. É um momento de muitas conquistas e novos desafios, e estou animado para abraçar cada oportunidade!