Refúgios privados: a nova tendência do turismo de luxo que valoriza tempo, exclusividade e natureza

Por muito tempo, o luxo no turismo esteve ligado ao número de estrelas do hotel, à quantidade de amenities no banheiro e ao café da manhã servido com espumante. Mas a nova definição de luxo, especialmente entre os viajantes pós-pandemia, tem mais a ver com silêncio, privacidade e autenticidade do que com ostentação. Em vez de suítes em resorts, o desejo agora são villas com alma — refúgios isolados que combinam beleza natural, serviço personalizado e a liberdade de viver cada momento no próprio ritmo.

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Essa tendência, chamada de turismo privativo, tem se fortalecido globalmente e também no Brasil. O segmento de private villas, que inclui villas com praia exclusiva, villas com serviço completo e até castelos históricos, ultrapassou a marca de US$ 30 bilhões no mundo em 2024, com crescimento médio de 9,5% ao ano. No Brasil, o aluguel por temporada movimentou cerca de R$ 11 bilhões em 2023, com projeção de crescimento de quase 20% ao ano, segundo dados do setor.

Entre os destinos mais desejados estão aqueles que oferecem isolamento com sofisticação. Um dos exemplos mais inspiradores dessa nova hotelaria sensorial está em Paraty, na Costa Verde fluminense: o Loft e a Villa Bom Jardim, duas villas à beira-mar criadas pela família Sandi, mesma idealizadora do Sandi Hotel e do projeto Quadrado Mágico.

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Uma casa no mar, um jardim para o tempo

Localizados a apenas quinze minutos de barco do centro histórico de Paraty, o Loft e a Villa Bom Jardim parecem ter sido desenhados para um viajante que busca mais do que uma hospedagem. O objetivo é proporcionar uma experiência sensorial completa.

O Loft Bom Jardim flutua literalmente sobre o mar. Uma antiga casa de barcos foi transformada em uma estrutura contemporânea de 400 m², com decks amplos, sauna a vapor, jacuzzi e vista infinita para o azul da baía. Já a Villa Bom Jardim, com mais de 30 mil m² de mata privativa, oferece seis suítes, sauna ecológica, cozinha gourmet, trilhas e academia — tudo com serviço sob medida e acesso exclusivo à enseada.

O cliente nesse nível de experiência pode customizar completamente sua estadia, seja com trilhas e aventuras pensadas para atletas, seja com momentos de alta gastronomia preparados por chefs convidados ou drinques elaborados por bartenders disponíveis sob demanda.

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Os ambientes unem o charme caiçara à sofisticação rústica. Móveis de madeira de demolição, redes, tecidos naturais e objetos de arte indígena criam uma atmosfera de retiro elegante. Outro destaque é a coleção de louças, que muda a cada dia. Os itens vão de cerâmicas artesanais de Cunha a peças da Hermès, reunindo diferentes expressões de luxo, do simples ao sofisticado. “Criamos primeiro para a nossa família, e agora abrimos para quem também busca presença, calma e encantamento”, explica Sandi Adamiu, idealizador do projeto.

Nova hotelaria: mais presença, menos protocolo

O que move esse novo perfil de viajante é a busca por experiências mais íntimas, conectadas com o território e com o próprio tempo. A ideia de “check-in” dá lugar à de “chegar em casa”. Em vez de filas no buffet, jantares à beira-mar preparados por chefs locais. Em vez do barulho dos corredores de hotel, o som das marés e da Mata Atlântica.

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Essa transformação afeta inclusive os hábitos de consumo. Cresce a procura por villas com cozinhas completas, acesso ao mar, áreas verdes e serviço sob demanda, mas sem a rigidez hoteleira. Famílias inteiras alugam propriedades para férias prolongadas. Grupos de amigos transformam villas em bases temporárias para retiros e comemorações íntimas. E cada vez mais brasileiros escolhem destinos nacionais para viver momentos que antes pareciam reservados às ilhas gregas ou ao litoral europeu.

Paraty, com sua combinação de natureza preservada, história e gastronomia, torna-se o cenário ideal para esse novo tipo de viagem. O Loft e a Villa Bom Jardim são hoje dois dos endereços mais exclusivos e sensíveis a essa tendência.

 

Privacidade, serviço e pertencimento

A experiência privativa redefine o que significa hospitalidade. Não se trata apenas de luxo, mas de liberdade com cuidado, tempo com qualidade, espaço com sentido. E, mais do que nunca, trata-se de escolhas: onde estar, com quem estar e como estar.

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O novo luxo não brilha. Ele respira. E, para muitos, respirar é estar em casa, mesmo que por apenas alguns dias, cercado de mata, mar, silêncio e serviço com alma.

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