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por Antonio Delfim Netto


1. Poucas pessoas têm idéia da importância da banana na alimentação mundial. Nos EUA, por exemplo, o consumo “per-capita” da fruta é equivalente à soma dos consumos de maçãs e laranjas. Em muitos países da África, a banana é a principal fonte de caloria de sua população. Uma doença chamada Mal do Panamá (um fungo) tem dizimado a produção de banana no mundo: ela está no Brasil, na Malásia, nas Filipinas e na China. As previsões, apoiadas nas observações até agora existentes, mostram que se nada for feito ela é capaz de, em dez anos, liquidar a cultura. Infelizmente nem os governos nem as grandes industrias do setor têm se preocupado muito com o problema. Pois bem, a EMBRAPA acaba de desenvolver um novo cultivar (BRS Princesa) do tipo banana maçã, recomendada para o plantio no Recôncavo Baiano, no Baixo São Francisco, em Sergipe e Alagoas. Ele é tolerante ao Mal do Panamá e resistente à Sigatoka-amarela que vem destruindo a cultura da banana no Brasil.

2. Há poucos meses desenvolveu-se entre nós uma ampla discussão sobre a política de portos, um assunto crítico para a eficiência das exportações e para a segurança nacional. A correta decisão do Governo (criticada em alguns setores) foi manter o disposto na Constituição conservando-os como concessão de serviços públicos. Agora mesmo a Alemanha aprovou uma lei para prevenir indesejadas aquisições de empresas locais por grupos estrangeiros em setores sensíveis. O governo analisará cada negócio e poderá rejeitar as propostas de compra de parcela superior a 25% do capital de empresa nacional. A decisão decorreu da preocupação do governo alemão com relação aos investimentos chineses em setores-chave como são os casos dos portos e da telecomunicação.

3. Todos os países defendem pública (e cinicamente!) a completa liberdade de comércio. É politicamente correto fazê-lo. Alguns mais ingênuos pensam que isso é uma recomendação da ciência econômica. Então, mais do que feio, seria prova de ignorância não obedecer ao preceito científico. Pura conversa! Na verdade a única proposição incontestável é que “algum comércio é melhor do que nenhum comércio”. Isso está longe de recomendar a completa “liberdade”. Mas o que fazem os países hoje desenvolvidos? Defendem publicamente a liberdade de comércio e, por baixo dos panos, constroem restrições a ela. Agora mesmo a comissão de Indústria e Energia do Parlamento Europeu está propondo a aprovação de uma medida que restringe a abertura do mercado de etanol para os países que o produzam em situação ambientalmente insustentável ou que usem trabalho escravo. Dois critérios importantes moralmente defensáveis que servirão, burocraticamente, para imorais restrições…

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