Publicidade

1. A última reunião do Comitê de Política Monetária (o COPOM) do Banco Central manteve a taxa básica de juros (a SELIC) em 8,75% ao ano, nominalmente baixa para a nossa história, mas que ainda coloca o Brasil como campeão das taxas de juros reais do Mundo. Do nosso ponto de vista a decisão foi correta. Não existe razão para supor que, além de aumentos pontuais (que alteram preços relativos para ajustar a oferta à demanda) e estacionais (por exemplo, excesso de chuvas, aumento das anuidades escolares, do transporte coletivo, etc.) existam fortes pressões inflacionárias que ameacem a flutuação natural da taxa dentro dos limites estabelecidos para a “meta inflacionária”.

2. A pressão inflacionária mais terrível e de mais difícil controle é a que advém dos aumentos de salários reais acima do crescimento da produtividade do trabalho. Todos os levantamentos conhecidos indicam que essa pressão não existe. Os salários nominais têm crescido ligeiramente mais do que a taxa de inflação, mas os salários reais (o aumento do salário nominal dividido pela taxa de inflação) raramente têm ultrapassado os aumentos de produtividade do trabalho. Isso melhora a distribuição de renda, mas não pressiona a taxa de inflação.

3. Talvez um dos motivos mais importantes para esse comportamento “civilizado” dos sindicatos é, exatamente, a credibilidade que o Banco Central (com a sua autonomia operacional) conquistou depois do estabelecimento do regime de metas de inflação. O sucesso da política dá aos trabalhadores e aos empresários um parâmetro confiável que estimula a cooperação entre eles: permite que aumentem simultaneamente os salários reais melhorando a distribuição de renda e a taxa de retorno do capital que financia novos investimentos.

4. A probabilidade do etanol produzido pela cana de açúcar transformar-se, lentamente, numa “commodity” cresce a olhos vistos. Ainda agora a União Européia acaba de estabelecer uma meta: em 2020 ela pretende ter 6% de sua frota de veículos movidos a biocombustíveis. Isso – a não ser na hipótese de uma revolução tecnológica que não está à vista – só poderá ser feito com a importação de etanol, do qual somos o produtor mais eficiente.

Por Antonio Delfim Netto

VOCÊ TAMBÉM PODE GOSTAR

Gisele e o boom das propriedades equestres de luxo

Gisele e o boom das propriedades equestres de luxo

Esse artigo explora a crescente tendência no mercado imobiliário de luxo de valorização de propriedades com instalações equestres de alta qualidade. Utilizando o exemplo recente de Gisele Bündchen, que investiu milhões em um château na Flórida, GLMRM ilustra como essas instalações se tornaram mais do que um mero “extra”. Elas agora são consideradas investimentos inteligentes, especialmente em tempos de incerteza econômica, e representam um estilo de vida exclusivo que atrai a elite financeira global.

Instagram

Twitter