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1. Cada vez que a economia registra uma crise as pessoas tendem a voltar-se para o Governo na esperança de que ele possa resolve-la. Isso mostra o papel fundamental do Estado na coordenação da atividade econômica: 1º)garantindo a propriedade privada; 2º)garantindo assistência aos menos favorecidos pela sorte; 3º)garantindo aos inovadores que eles poderão apropriar-se dos benefícios de suas iniciativas; 4º)garantindo o funcionamento dos mercados; 5º)suprindo os “bens públicos” (segurança, justiça, estabilidade do valor da moeda, etc.) que só ele pode produzir e 6º)regulando a concorrência e exigindo moralidade dos agentes econômicos. Nenhuma economia de mercado funciona sem um Estado constitucionalmente forte capaz de garantir o bom funcionamento de suas instituições. Isso mostra o ridículo da discussão até recentemente mantida entre nossos economistas “estadofóbicos” e “estadolatras”…
2. A economia mundial sofreu um enorme impulso entre 2000 e 2008. Apenas para dar um exemplo: as exportações mundiais médias no período 1990/99 eram de 5,8 trilhões de dólares e chegou a 17,1 trilhões em 2007. O ponto interessante a entender é que entre 1994 e 2000 o seu crescimento foi de apenas 4% ao ano. De 2000 a 2007 pulou para 17% ao ano! O que estimulou essa expansão foi a disposição dos EUA de se transformarem em “mercado” para todo o excedente produzido no mundo, particularmente de produtos industrializados produzidos pelos países emergentes e, em especial, a China.
3. Entre 2002 e 2008, os EUA acumularam o espantoso déficit (exportações menos importações) da ordem de 5,4 trilhões de dólares, financiados em parte pelos países emergentes cujos superávits atingiram 3 trilhões de dólares. Essa foi a razão básica pela qual esses países viram suas reservas em dólares multiplicarem-se por sete. A China acumulou 1/3 dessas reservas que hoje estão, em boa parte, aplicadas em bônus do Tesouro Americano.
4. O Brasil, infelizmente, não se aproveitou da “abertura” do comércio dos EUA às importações de manufaturados e ainda sofreu as restrições remanescentes contra as importações de produtos agrícolas. Com relação aos primeiros, os vários governos brasileiros nunca entenderam o que se passava. Mantiveram políticas cambial e creditícia com relação às nossas exportações que beiraram às de “lesa Pátria”… Mesmo assim, a expansão do mundo favoreceu nossas exportações principalmente pelo aumento dos preços dos produtos agrícolas, o que nos tirou do sufoco externo. Como nossa memória é curta, é preciso lembrar que em 2002 o Brasil foi ao FMI pedir 42 bilhões de dólares para não ter que declarar moratória. Hoje conta farofa, dizendo que empresta ao FMI…

Antonio Delfim Netto

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