Publicidade
qaa
Paulo Werneck é novamente o curador da Flip 2015 || Crédito: Divulgação

Curador da Flip pelo segundo ano consecutivo, Paulo Werneck promete democratizar ainda mais a 13ª edição da Flip (Festa Literária Internacional de Paraty), que acontece 1º e 5 de julho em Paraty, no Rio de Janeiro. Em conversa com o Glamurama, o jornalista e editor contou que a transmissão das mesas ao vivo pela internet, a valorização da cultura e a presença de escritores de comunidades brasileiras ajudou a deixar a Flip mais acessível. Ele ainda explicou o motivo pelo qual trouxe boas doses de humor para as discussões: “Acho que o humor sempre é necessário. Afinal, a vida é uma festa”. A edição 2015 da Flip homenageia o escritor Mário de Andrade e traz 23 mesas e 39 autores. Confira a programação completa aqui.

Por Denise Meira do Amaral

Glamurama – Quais foram os critérios dos escolhidos nesta edição da Flip?

Paulo Werneck – Temos Mario de Andrade como homenageado, o que já traz muitas discussões. Pinçamos na obra deles algumas coisas interessantes que têm a ver com as discussões de hoje. Vamos ter uma mesa sobre São Paulo, e Mario de Andrade escreveu muito sobre a cidade, como “Pauliceia Desvairada” e mais mil poemas. Vamos trazer também muitas questões contemporâneas, como violência e tráfico de drogas – um problema mundial, até mesmo em Paraty, claro.

Glamurama – Há uma predominância de autores latino-americanos? 

Paulo Werneck – Latinos sempre têm uma presença boa. Primeiro porque a gente é latino. Não faria sentido ter um evento literário sem eles. Eu, particularmente, tenho uma relação pessoal com a literatura latino-americana. Editei muitas publicações latinas.

Glamurama – Você optou por trazer mais humor para a Flip? Vai ter, inclusive, a presença de um cartunista do Charlie Hebdo.

Paulo Werneck – Quem me conhece sabe que sempre fiz coisas com humor. Ano passado homenageamos o Millôr Fernandes. O próprio Mário de Andrade era muito engraçado. Lendo “Macunaíma” você chora de rir. Acho que o humor sempre é necessário. Afinal, a vida é uma festa. Não pode faltar humor.

Glamurama – Você acha que a Flip mudou muito no decorrer dos anos?  

Paulo Werneck – Mudou. E que bom que mudou. Nós todos mudamos. Antigamente não era comum você ter um autor internacional no Brasil, por exemplo. Agora já é rotina. Paraty também mudou muito. Antes quem morava aqui só podia trabalhar como garçom ou camareira. Hoje não. Paraty virou um foco cultural.

Glamurama – Pode-se dizer que hoje a Flip está mais pop?

Paulo Werneck – Acho que sempre foi. Mas com a internet, a divulgação é sempre maior. Também temos streaming das mesas online, o que contribui muito para a democratização. Apesar de não termos superado a barreira da educação, que é intransponível, acho que a valorização da cultura aumentou no Brasil.

Glamurama – A Flip é para todos?

Paulo Werneck – A Flip não é vip. Ela é para todos, sim. Inclusive vamos levar poetas do Morro do Alemão para uma das mesas, além de oficinas culturais feitas em comunidades. Não é uma festa elitista.

VOCÊ TAMBÉM PODE GOSTAR

Trump, Hollywood e um déjà-vu que ninguém pediu

Trump, Hollywood e um déjà-vu que ninguém pediu

Trump tenta ressuscitar a franquia Rush Hour ao se aproximar de investidores e de Brett Ratner, num movimento que parece mais político do que cinematográfico. A proposta mistura nostalgia, estratégia cultural e a tentativa de reabilitar nomes controversos, mas enfrenta um mercado que não demonstra demanda real por um quarto filme. O episódio revela mais sobre a necessidade de Trump de reafirmar sua persona pública do que sobre qualquer impulso criativo em Hollywood.
Tom Cruise enfim leva seu Oscar…

Tom Cruise enfim leva seu Oscar…

Tom Cruise foi o grande nome do Governors Awards ao receber, após 45 anos de carreira, seu primeiro Oscar — um honorário. Em um discurso íntimo e preciso, ele relembrou a infância no cinema e reafirmou que fazer filmes “é quem ele é”. A entrega por Alejandro Iñárritu, seu novo parceiro em um projeto para 2026, reforçou o peso artístico do momento. Nos bastidores, o prêmio foi visto como aceno da Academia a um dos últimos astros capazes de mover massas ao cinema. Uma noite que selou não só um reconhecimento tardio, mas também a necessidade de Hollywood de se reconectar com sua própria grandeza.

Instagram

Twitter