Publicidade

Por Daniele Caldeira

Juliana Motter é jornalista, mas deixou a profissão de lado para dedicar a vida ao amor pelo brigadeiro. Fã do doce mais famoso do Brasil e neta de doceira, ela ganhou até o apelido de “Maria Brigadeiro” na infância e chegou a vender alguns para as amigas na escola. Aos 29 anos, descobriu os cursos superiores de gastronomia, mas escutou de uma professora que não havia nada para aprender sobre o brigadeiro. “Tive certeza de que era um doce subvalorizado e que ninguém enxergava nele um potencial gourmet.” Hoje, aos 36, ela é a dona da Maria Brigadeiro, famoso ateliê em Pinheiros, em São Paulo, já lançou um livro e conta como transformou o docinho de festa em uma experiência gourmet. “Quando perguntam minha profissão, digo que sou doceira com muito orgulho.”

– Como surgiu a ideia de abrir a Maria Brigadeiro? “A minha ligação com o brigadeiro antecede a criação da Maria Brigadeiro. Esse sempre foi o meu doce preferido.  Fiz minha primeira panela de brigadeiro aos 6 anos. Com minha avó, doceira, aprendi a não tratar o brigadeiro como um docinho de festa de criança. Mas basicamente a Maria Brigadeiro nasceu da vontade de mostrar que o brigadeiro, doce genuinamente brasileiro, tinha potencial para ser um doce melhor do que ele já é.”

– Como foi este processo de desistir do jornalismo e seguir como doceira e empresária? “Desde criança a minha vontade sempre foi ser doceira. O tempo passou e, aos 19, chegou a hora de prestar vestibular. Não havia, na época, faculdade de gastronomia (muito menos de brigadeiro) e optei por jornalismo. Até os 28, o brigadeiro continuou sendo meu doce favorito e sempre dava um jeito de infiltrá-lo numa matéria aqui e ali. Aos 29 anos, finalmente, chegaram os cursos superiores de gastronomia e fui fazer um deles para escrever melhor sobre o tema. Cheguei às aulas de confeitaria ávida por novas técnicas de preparo de brigadeiro e quando vi que não havia no programa qualquer referência ao doce (que é o mais popular do Brasil), questionei a professora. O que ouvi foi que ‘não havia nada para aprender sobre brigadeiro’. Isso foi frustrante e estimulante ao mesmo tempo.”

– Qual é a diferença do brigadeiro gourmet e do tradicional? “A receita do brigadeiro tradicional foi perdendo qualidade ao longo dos anos com a ajuda de itens que a gente nem desconfiava, como a margarina, o achocolatado e o granulado. Esse trio deixou o nosso brigadeiro mais doce, menos saboroso do que pode ser. Não sentimos muito porque nosso paladar é muito tolerante com o brigadeiro por ser um doce afetivo. O brigadeiro gourmet é feito com ingredientes de alta qualidade. Em vez de margarina, usa-se uma boa manteiga; o achocolatado é substituído por um uma combinação de chocolates artesanais, o granulado, geralmente um confeito com pouco cacau e muita gordura hidrogenada, cede espaço às raspas de puro chocolate. Outra característica é o fato de ele ser feito para o consumo mais imediato. Se o brigadeiro não é fresco e não provocar uma experiência ele não é gourmet.”

– Você que escolhe os sabores? “Tenho um caderninho com receitas que desenvolvi ao longo das últimas décadas. Sempre fui curiosa. Misturava ingredientes à receita tradicional e hoje tenho 70 delas. Cursar gastronomia e fazer muitos cursos de pâtisserie estimularam a criatividade também. Se eu tinha uma aula de macarron, por exemplo, chegava em casa e tentava adaptar a técnica a do brigadeiro, foi assim que surgiu o brigadeiro de amêndoa. Vem daí o primeiro livro ‘O Livro do Brigadeiro’, sobre o doce.”

– O “TPM Alívio” foi um sucesso e muitas mulheres adoraram o produto. Você também se rende aos doces quando está na TPM? “Sim! E fiz muito brigadeiro para aliviar os efeitos não só da minha TPM, mas das amigas também (risos).”

– Você acha que as pessoas se sentem melhor quando comem um brigadeiro? “Sim. O brigadeiro está muito ligado a nossa memória afetiva. Ele está em um contexto de felicidade e alegria, de família, de união.”

– Pretende expandir a marca fora do Brasil? “Acho que antes de pensar em uma expansão internacional ainda tenho muita coisa a fazer pelo doce no Brasil. Ajudá-lo a sair do estigma de doce de festa de criança foi o primeiro passo.” 

– Existe um segredo nas suas receitas? “Todo mundo sabe fazer brigadeiro e tem seu toque para deixá-lo ainda melhor. Por trás das receitas da Maria Brigadeiro, garanto, o segredo é escolher os melhores ingredientes, e fazer o brigadeiro de preferência na hora para ser consumido no mesmo dia, com todo amor e respeito que a gente tem pelo doce.”

VOCÊ TAMBÉM PODE GOSTAR

Pressão Legal Abala Boicote de Cineastas à Indústria Israelense

Pressão Legal Abala Boicote de Cineastas à Indústria Israelense

Advogados do grupo Lawyers for Israel enviaram uma carta à Netflix e à BBC acusando artistas e instituições do Reino Unido de promoverem um boicote ilegal contra o cinema israelense. O movimento, impulsionado pela campanha Film Workers for Palestine, pede a suspensão de parcerias com entidades israelenses durante a guerra em Gaza. Para os advogados, a ação viola leis antidiscriminação britânicas; já os apoiadores defendem o boicote como forma legítima de protesto. A polêmica divide a indústria e pode definir novos limites entre ativismo político e discriminação no entretenimento global.
Especialista defende Meghan Markle após beijo no ar malsucedido na Paris Fashion Week

Especialista defende Meghan Markle após beijo no ar malsucedido na Paris Fashion Week

Durante a Paris Fashion Week, Meghan Markle protagonizou um momento constrangedor ao tentar trocar um “beijo no ar” com o designer Pier Paolo Piccioli, resultando em um leve choque de cabeças. A especialista em linguagem corporal Judi James defendeu a duquesa, afirmando que o erro partiu de Piccioli, que se aproximou demais e usava óculos escuros, dificultando a leitura dos sinais não verbais. Segundo James, Meghan reagiu com elegância e autocontrole, evitando contato excessivo. O episódio mostra como cada gesto da duquesa segue sendo amplamente analisado sob os holofotes da mídia internacional.

Instagram

Twitter