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Fernando Campana || Créditos: Paulo Freitas
Fernando Campana || Créditos: Paulo Freitas

“Fiquei trancado em casa com ressaca moral”, disse Fernando sobre os dias que seguiram a abertura da primeira individual de sua vida, “Macacos e Robôs”, em cartaz em São Paulo na Galeria Baró. “Agora sei o vazio do artista. A arte está lá, guardada na galeria… não me preocupo se seja vendida ou não, mas vi sair da minha casa algo que nunca tinha feito. Fiquei em casa, trancado, o resto do fim de semana”, diz o artista, rindo.

Fernando e Humberto Campana têm 8 anos de diferença, mas trabalham juntos há 33. Fernando chama a química dos dois de “genialidade de alma”, e conta que a decisão de expor só surgiu quando se deu conta de que suas criações também andavam bem sozinhas. Isso e muito mais, o designer conta em entrevista ao Glamurama. Ao papo!

Série “Macacos” de Fernando Campana, com molduras também assinadas pelo designer || Crédito: Cortesia do Estudio Campana / foto: Fernando Laszlo

Glamurama: Como você decidiu fazer sua primeira individual? 
Fernando Campana: “Estamos há 33 anos trabalhando e criando juntos, e pensei: ‘cada um tem seu laboratório doméstico. A gente se frequenta, mas não são 24 horas por dia’. E no estúdio se fala a língua do design, mas de onde vez essa língua é de um vocabulário que a gente cria individualmente”.

Glamurama – E como foi propor isso a Humberto?
F.C.:
“Eu disse: ‘Humberto, já que você é mais ligado a escultura e eu em colagens, por que não começa uma produção inspirada no que você sonha em casa?’ Aí veio essa proposta de criar produção individual e sem a opinião do outro. Ele só viu as minhas séries no dia da exposição. Humberto me deu a régua e o compasso. E eu disse a ele: ‘essa exposição é pra agradecer tudo o que você dá de rigor, estética, elegância e disciplina.'”

Humberto e Fernando na abertura da mostra “Common Sense”, no início deste mês || Créditos: Denise Andrade/Divulgação

Glamurama: Seu caminho solo é a arte?
F.C.: “Não… Eu me autonomizo. Quando a Maria Baró [galerista] me convidou para expor, eu falei: ‘eu estou no ponto de ser exposto?’ Tenho reconhecimento que a partir do design é possível fazer pontes entre artes, moda, cenografia, etc… não vejo mais fronteiras nos dias de hoje.”

Glamurama: Quando foi o ponto de partida para a criação das séries?
F.C.: “Comecei a fazer colagens, enquanto isso Humberto já fazia na casa dele esculturas com copos quebrados. E sem querer fiz a essência do ser humano e o que a gente vive hoje. Nunca fui bom retratista de humano. Agora, a série Macacos fiz durante uma semana em aquarela. E a exposição foi elaborada em menos de um mês.”

Glamurama: O design é o próximo movimento a dominar as artes?
F.C.: “O design é a maior abrangência da arte ao ser humano. É o canal de comunicação da arte. Talvez a arte seja compreendida apenas pelo galerista, autor e curador, o que é bacana também. A arte propõe questões. O design, soluções.”

Glamurama: Quem da nova geração de designers brasileiros você mais gosta?
F.C.: “Gosto muito de Rodrigo Almeida, Leo Capote, que foi nosso assistente, Carol Gay, que foi nossa aluna, e Tete Knecht. Ela pesquisa muitos materiais e seu trabalho não é um clone.”

*Durante a entrevista, Fernando desmentiu rumores de que poderia estar se separando de Humberto, e sobre seu próximo laboratório individual, falou: “penso em taxidermia…”

Em tempo: “Macacos e Robôs” fica em cartaz na Galeria Baró, nos Jardins, até o dia 10 de setembro.

Por Julia Moura

Série “Robôs” de Fernando Campana || Crédito: Cortesia do Estudio Campana Foto por Fernando Laszlo

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