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David Hines em sua foto de registro policial || Créditos: Reprodução
David Hines em sua foto de registro policial || Créditos: Reprodução

Preso na última sexta-feira, em Miami, depois de orquestrar um esquema que resultou em prejuízos de quase US$ 4 milhões (R$ 20,7 milhões) aos cofres públicos dos Estados Unidos, David Hines usou o dinheiro para comprar vários itens de luxo e até mesmo um carrão esportivo zerinho em folha. O americano de 29 anos foi um dos vários pequenos empresários do país que se cadastraram no Payment Protection Programa, ou Programa de Proteção à Folha de Pagamentos, criado pelo governo de lá para auxiliar empregadores durante a pandemia de Covid-19 e evitar o aumento das demissões em massa que se aceleraram principalmente entre março e abril.

A princípio, Hines, que nunca teve emprego fixo, pediu empréstimos que totalizavam US$ 13,5 milhões (R$ 69,9 milhões) aos responsáveis pelo programa, sempre apresentado documentos falsos de empresas de fachada e garantindo que os usaria apenas para pagar os salários de seus funcionários que, claro, também nunca existiram. Por fim, ele conseguiu receber US$ 3,9 milhões (R$ 20,2 milhões) de um banco privado, e assim que embolsou a quantia saiu para comprar uma Lamborghini Huracán 2020 de US$ 318 mil (R$ 1,65 milhão).

Tamanha movimentação financeira chamou a atenção das autoridades, que decidiram olhar melhor as transações feitas no nome dele e descobriram as falcatruas. Só em sites de namoro foram identificados gastos na casa dos milhares de dólares, além de estadias em hotéis badalados de Miami Beach e compras de relógios e roupas de grife. Quando foi detido no fim da semana passada, Hines tinha um saldo de US$ 3.463.162 (R$ 17,9 milhões) em sua conta pessoal, mas ainda não tinha pago nenhuma das primeiras parcelas dos empréstimos que contraiu.

Solto depois de pagar uma fiança de US$ 100 mil (R$ 518 mil), o trambiqueiro agora cumprirá prisão domiciliar na casa da mãe, que também fica em Miami, usando tornozeleira eletrônica. Seu julgamento foi marcado para 14 de outubro, pelos supostos crimes de fraude bancária e falsidade ideológica que poderão lhe custar mais de oito anos atrás das grades. Vale lembrar que Kanye West, que é bilionário, também pediu auxílio ao mesmo programa emergencial criado pelo governo americano e conseguiu alguns milhões, apesar de que no caso do rapper não há indícios de que qualquer tipo de documentação falsa foi usada no processo. (Por Anderson Antunes)

Um modelo da Lamborghini Huracán 2020, igual ao comprado por Hines || Créditos: Reprodução

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