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Carolina Ferraz || Créditos: Reprodução/ Instagram
Carolina Ferraz || Créditos: Reprodução/ Instagram

Carolina Ferraz estava radiante na noite dessa terça-feira no Grande Prêmio do Cinema Brasileiro, na Cidade das Artes, no Rio. É que “A Gloria e A Graça” concorria em diversas categorias. Quando alguém perguntava sobre sua indicação como melhor atriz, ela completava: “E melhor longa-metragem, como produtora”. Motivos para esse orgulho não faltam…

“Produzi esse filme por uma questão de necessidade”

“Esse momento foi tão esperado. Fiquei 9 anos pra fazer esse filme. Estou na maior alegria e na maior felicidade, do fundo do coração, só de estar aqui. Já me sinto premiada. Foi uma trajetória superbonita. Ninguém nunca quis dar dinheiro [patrocínio] pra esse filme. Era muito preconceito por causa do tema… Mas graças a Deus encontrei parceiros e conseguimos chegar aqui. E ver meu primeiro filme como produtora indicado em tantas categorias… Se Deus quiser, primeiro de uma série. Produzi esse filme por uma questão de necessidade. Acredito que jamais um produtor de elenco daria pra mim o papel de um travesti”.

“Uma coisa digna, não uma caricatura”

“Senti bastante dificuldade, um personagem muito difícil… Com humildade, quis retratar esse ser humano, independente da questão de gênero. E por ser travesti me senti mais obrigada, com a minha alma, a fazer uma coisa digna, e não uma caricatura. Fiz com muito amor. Me apaixonei pela história desse ser humano lindo. Eu queria contar essa história de qualquer forma. Caiu na minha mão, era uma chance que eu tinha e abracei. O Flavio Tambelli, diretor do filme, me ensinou tudo, sabe tudo. Sou muito agradecida a ele, que acreditou desde o começo”. Quem levou como melhor atriz foi Maria Ribeiro e o melhor filme foi ‘Bingo: o Rei das Manhãs”, mas “A Gloria e a Graça” levou melhor atriz coadjuvante e roteiro original.

Carolina Ferraz no Grande Prêmio de Cinema || Créditos: Juliana Rezende

Agora ela vai ser freira…

O próximo trabalho no cinema de Carolina também promete. “Vou fazer um thriller psicológico muito interessante, ‘A Gruta’. É um gênero pouco explorado no Brasil. Vamos começar a rodar em novembro. É muito interessante a relação da freira [papel de Carolina] com um rapaz, que se chama Jesus. Nunca fiz nada assim. Acho que vai ser bom. Estou aberta pra fazer outras coisas. E escolhendo os projetos pelo desafio”.

“Não sou invocada, não”

E mais: “A gente faz muita novela, e sou muito agradecida a tudo que a televisão me trouxe, mas ela não te oferece esses momentos. É uma outra energia, uma outra onda. Em TV a gente não passa por isso, então estou muito contente, amarradona, toda-toda. O cinema oferece oportunidades muito gratificantes, isso é uma honra. O ator trabalha pra isso. Eu, pelo menos. Eu, sem dúvida, e muitos amigos meus também… A gente quer… É que o ator nada mais é do que a sucessão de papéis que ele consegue interpretar. E não os papéis que ele tem competência pra fazer. Você pode ser brilhante, um talento, um gênio – e não ter a oportunidade de expressar isso para as pessoas. Agora estou recebendo oportunidades de expressar um talento diferente. Eu amo TV, gente, não sou nem um pouco invocada, não. Amo, adoro fazer novela. Mas o cinema me deu essa oportunidade de mostrar outra musculatura. Isso é muito bom. Poder errar, acertar… Só de estar exercitando já acho maravilhoso”.

“Estou parando, pensando, me recolocando”

Por conta disso… “Como atriz, agora só tenho projetos independentes. Nada em grande escala”. Saudade da TV? “Sinto nada. Já vou voltar a fazer, só que como apresentadora. Mas todos os meus projetos são para o ano que vem. Por enquanto estou parando, pensando, me recolocando, me reinventando”. Para quem ainda não sabe, Carolina foi demitida da Globo”.

“Não, é TV aberta! E não é na Globo”

Esse programa seria… “Um projeto meu, vou juntar uma série de coisas, inclusive culinária”. No GNT? “Não, é TV aberta! E não é na Globo. Vou mudar. O namoro já rola e vai dar casamento. A gente está evoluindo direitinho”.

Algum ressentimento com a emissora na qual trabalhou por décadas? “Nenhum ressentimento da Globo. De nada. Pra quê? A vida está ótima. Está tudo direito”.

“Nem sei mais me vestir loira”

Esse visual quase platinado… “Nem sei mais me vestir loira. Estou achando tão estranho. Estou curtindo, mas sou morena, daqui a pouco eu volto. É por conta da peça ‘Que Tal Nós Dois’, em cartaz em São Paulo. E a gente também foi indicada em todas as categorias de premiações de teatro. É um momento muito feliz da minha carreira. Estou bem contente”. (por Michelle Licory)

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