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Cauã Reymond em cena de "Dois Irmãos"
Cauã Reymond em cena de “Dois Irmãos”|| Créditos: TV Globo
Cauã Reymond em cena de “Dois Irmãos”|| Créditos: TV Globo

Por Michelle Licory

Cauã Reymond é o protagonista de “Dois Irmãos”, minissérie de Luiz Fernando Carvalho, da obra de Milton Hatoum, que estreia em janeiro na Globo. Ele interpreta gêmeos [na fase dos 24 aos 40 anos dos personagens] em situações veladas de incesto entre irmãos e entre um deles com a mãe, papel de Juliana Paes e, na sequência, de Eliane Giardini. Pesado, né? Perguntamos para o ator como ele se preparou para esse tipo de cena tão polêmica. “Trabalhando essa sensação, ficando no colo da minha mãe. Fui pro colo dela. Não estou brincando, é serio, verdade. Um dos gêmeos lida muito com essa energia… Na verdade, é a mãe que o leva para esse lugar. E eu me deixei ser levado”.

Sobre a tensão sexual entre irmãos… “Eu, que tenho filho, sei que as crianças nascem com características próprias e os pais não têm controle sobre isso. Outras características a gente vai desenvolvendo e outras absorve de quem está à nossa volta, nos cria.  Os gêmeos já chegaram diferentes, e a forma como os pais conduziram a educação deles faz com que aconteça essa tragédia. Quem leu o livro, sabe”.

“Os telespectadores não estão preparados para o que vai ser mostrado”

Comentamos com Cauã sobre outras tramas polêmicas da TV que acabaram “censuradas” pela opinião pública, obrigando autores a reescrever capítulos, em obras abertas. Exibir uma minissérie já toda gravada é uma vantagem nesse sentido? “Nesse trabalho tivemos o arco dramático todo definido, com início, meio e fim. Isso é muito bom para o ator. Durante as gravações, eu tinha certeza que estava tudo certo e não estava me misturando com os personagens, mas meses depois fui entender o quanto eles estavam, sim, dentro de mim [há rumores de que Cauã chegou a ter um breve affair com Barbara Evans, com quem tem cenas quentes]. O horário um pouco mais tarde nos proporciona dialogar com assuntos diferentes, como foi em ‘Verdades Secretas’.  Acho que os telespectadores não estão preparados para o que vai ser mostrado, mas estamos inaugurando um diálogo. A obra artística proporciona isso: em certos momentos, entretenimento, em outros, algum tipo de reflexão”.

“Há mais de 10 anos, tive a intuição…”

E pra quem acredita em destino, ele revela: “‘Dois Irmãos’ é um sonho pra mim há mais de 10 anos. Ganhei o livro da minha mãe quando ainda estava engatinhando na profissão, tinha acabado de fazer ‘Malhação’, mas tive a intuição de que poderia interpretar esses gêmeos. Chegou a hora, em um momento de maturidade. Fiquei emocionado e lisonjeado. Achei muita sorte. Então quando embarquei nesse processo, não foi aflitivo, um sofrimento. Mas sempre que a gente transpõe uma obra prima para o audiovisual é uma responsabilidade grande. Fiz aulas de corpo e voz por três meses para me preparar”.

“Não vejo sentido”

Em janeiro, Cauã embarca para o festival de Sundance com o filme “Não Devore Meu Coração”. Por falar em Estados Unidos, será que ele sonha com uma carreira internacional? “Não vejo sentido em trabalhar com pessoas que não conheço ou fazer trabalhos não tão legais quanto os que estou fazendo aqui, como ‘Justiça’, ‘Amores Roubados’, ‘O Caçador’… Não iria para fazer qualquer coisa, mas se aparecer algo bacana…”

 

 

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