Começaram nessa terça-feira, em Paulínia, as filmagens de “O Palhaço”, do qual Selton Mello assume a direção, o papel principal e ainda divide a autoria com Marcelo Vindicatto. Cada vez mais dedicado ao cinema, Selton Mello, em entrevista ao Glamurama, contou como é trabalhar com Paulo José e disse ainda que é um “palhaço em potencial”.
* De onde surgiu a ideia de fazer este longa?
“A ideia surgiu de uma insatisfação que vivi como ator no ano passado. Passei um período em que me questionei se deveria continuar fazendo o que sei ou não. Acho que todo mundo passa por isso. A vantagem do artista é que ele tem a possibilidade de sublimar questões existenciais em forma de arte. Então criei um personagem, um palhaço, que está vivendo uma crise de identidade, não sabe se quer continuar fazendo o que sabe fazer. É um filme divertido e comovente sobre um rito de passagem de um artista de circo em algum lugar do Brasil. Um filme grávido de sonhos.”
* Qual é a expectativa em contracenar e dirigir Paulo José? Exige muita responsabilidade?
“Paulo é um artista inquieto, apaixonado e apaixonante. Temos uma parceria grande que transforma minha função de diretor em um jogo bastante simples e pleno de cumplicidade. Estamos brincando, sonhando juntos.”
* Por que parte das filmagens será realizada em Ibitipoca? Foi uma escolha sua?
“Foi uma sugestão bastante feliz da produtora do filme, minha parceira Vânia Catani, da Bananeira Filmes. Ela conhecia a região e estava certa. Ibitipoca, na região de Minas Gerais, proporciona ao filme belas paisagens de estradas brasileiras, um Brasil raro e cheio de significados.”
* Esta é a sua segunda vez como diretor no cinema. Que tipo de experiência este trabalho traz pra você além do trabalho de ator?
“A possibilidade de ter o meu olhar. Como diretor posso imprimir meus gostos, meus pensamentos, minha paixão sem intermediários. Como ator nem sempre isso é possível. Dirigir é estar inteiro no que amo. Fazer isso só faz bem ao espírito.”
* O que existe de palhaço no Selton Mello?
“O ator é, na essência, um palhaço. Mentimos, divertimos e emocionamos o público. Sou um ator, portanto um palhaço em potencial.”
* Você direcionou seu trabalho para o cinema. Tem vontade de fazer algum projeto específico na televisão ou no teatro?
"Tenho vontade sim, mas não tenho nada planejado para tevê nem para o teatro (num futuro próximo)."
* Com quem você ainda gostaria de contracenar e não teve oportunidade? E dirigir?
"Ainda não atuei com nossa dama Fernanda Montenegro. Seria uma honra. Adoraria dirigir alguns atores que amo: José Dumont, Pedro Paulo Rangel, Luiz Gustavo, Flavio Migliaccio, Juca de Oliveira e tantos outros talentos que admiro."