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Jimmy Wales na noite dessa quarta-feira, em conferência no Fronteiras do Pensamento || Créditos: Reprodução

Sob o tema “Como Viver Juntos”, o Fronteiras do Pensamento recebeu o cofundador do Wikipedia Jimmy Wales na noite dessa quarta-feira, no teatro do Instituo Tomie Ohtake, em São Paulo, para uma conferência intitulada “A Internet e a Construção da Democracia”.

Com cerca de 32 milhões de artigos publicados em 287 línguas e 500 milhões de visitantes únicos por mês, o Wikipedia é o 5º site mais popular do mundo, perdendo para Facebook, Google, YouTube e Yahoo, em ordem decrescente de audiência. A diferença é que essas empresas são privadas e o Wikipedia é gerido por uma organização não governamental. “Sim, eu poderia ser um bilionário hoje, mas não me arrependo, tenho muito orgulho do meu trabalho. A vida deles (os fundadores desses sites, como Mark Zuckerberg) é chata, eu posso ir aonde quiser sem ser incomodado”, brincou o norte-americano. Piadas à parte, ele argumentou que, caso o Wikipedia vendesse espaço para publicidade, logo seus clientes iam querer interferir nos assuntos buscados. “Não faz parte do nosso DNA”, resumiu.

INFORMAÇÃO E REVOLUÇÃO

Sempre reafirmando sua opinião de que educação e informação são as maiores formas de poder, Wales destacou o papel politizador que um site como o Wikipedia pode exercer, já que, para ele, “toda ferramenta de conhecimento é capaz de fazer a diferença”. “Em um lugar como a Cidade do Cabo, onde 90% dos jovens têm celulares, mas o acesso à internet ainda é muito caro em comparação ao resto do mundo, um projeto como o Wikipedia Zero (que permite que o site seja acessado sem que sejam cobradas taxas de tráfego de dados) é essencial para mudar a realidade da África do Sul”, defendeu, sendo questionado em seguida sobre a qualidade das informações oferecidas não só pelo Wikipedia, mas em toda a internet. “O Wikipedia é uma fonte de informação de base, não é um espaço para análises. É necessário buscar várias fontes de conhecimento e a internet pode prover isso, sim.”

REGRAS DO JOGO

Outra questão em debate foi segurança e privacidade na internet. Nesse quesito, o Wikipedia assume uma postura-exemplo – que foi, inclusive, aplaudida pela plateia do Fronteiras do Pensamento. “Se alguma instituição ou hacker que tentar monitorar a navegação de um usuário, consegue ver que ele acessou a Wikipedia, mas não consegue ver quais artigos foram visitados. Por isso fomos banidos na China, onde o governo tem esse tipo de controle explícito sobre a população”, explicou.

* O Fronteiras do Pensamento segue até novembro em São Paulo, Porto Alegre e Salvador. Para conferir a programação completa, acesse fronteiras.com.

Caroline Mendes

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