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A ex-modelo Jerry Hall, a cantora Debbie Harry, da Blondie, e Paloma Picasso eram algumas das frequentadoras famosas do clube. || Créditos: Reprodução
Ian Schrager || Créditos: Getty Images

O dance club mais famoso de todos os tempos acaba de ganhar uma biografia, ou algo bem perto disso. É que Ian Schrager, um dos cofundadores do lendário Studio 54, está lançando um coffee table book em parceria com a editora Rizzoli e com quase 400 páginas recheadas de fotos exclusivas e histórias nunca contadas pelo empresário americano, que no início do ano escapou de passar uma temporada atrás das grades por sonegação de impostos ao se tornar um dos vários americanos condenados de maneira questionável pela justiça que receberam o perdão presidencial de Barack Obama em seus últimos dias de Casa Branca.

Na obra, aliás, Schrager faz uma espécie de “exorcismo” ao falar de maneira bastante aberta sobre os erros do passado, sobretudo a partir dos anos 1970, quando o inferninho foi alvo de uma operação da IRS (a Receita Federal dos Estados Unidos) que terminou com agentes federais encontrando notas de dólares escondidas até no teto do estabelecimento localizado na rua 54 de NY e que na época chegou a movimentar US$ 28 milhões (R$ 89,1 milhões) por ano, em valores atualizados.

“Por muito tempo não consegui falar sobre esse assunto”, Schrager disse em entrevista para a CNN. “São memórias muito amargas para mim e sinto vergonha da maneira como as coisas aconteceram, e acho que escrever sobre isso foi uma maneira de ilustrar para os meus filhos o que vivi”. Batizado simplesmente “Studio 54”, o livro inclui ainda relatos de famosos e ex-frequentadores de todas as tribos, como o bilionário David Geffen e a estilista Norma Kamali.

Frequentado por gente como Elton John, Andy Warhol, Mick Jagger, Cher, Elizabeth Taylor e até por Donald Trump, o hotspot entrou para a história por ter sido palco de festas homéricas e cheias de extravagâncias, como Bianca Jagger montada em um cavalo branco e, em alguns casos, de polêmicas, tanto que o próprio Schrager achou por bem deixar de fora do levantamento muita coisa que considerou “impublicável” e que envolvia seus amigos ou o sócio Steve Rubell, que morreu em 1989, conforme prometeu em 2011.

Hoje hotelier bem sucedido, ele é dono de uma rede de hotéis boutique e de vez em quanto até dá as caras em festas hypadas de Nova York, embora nessas ocasiões acabe fazendo comparações com os anos dourados do Studio 54 sob seu comando. “O Alexander Wang é muito ‘cool’ e super criativo, e faz ótimas festas. Mas nenhuma teve até hoje a mesma importância de quando eu e Steve ditávamos as regras da noite nova-iorquina”, ele afirmou no bate-papo com a rede americana de televisão. (Por Anderson Antunes)

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Clica na seta da galeria que a gente preparou aí embaixo com algumas fotos que estão no livro de Schrager:

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