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A diretora Sandra Kogut estreia seu novo filme nesta sexta, no Rio || Crédito: Divulgação

O filme “Campo Grande”, de Sandra Kogut, vai ganhar sua primeira exibição no Brasil nesta sexta-feira, no Festival do Rio. A diretora de “Um Passaporte Húngaro” e “Mutum” traz a história de Ygor e Rayane, duas crianças abandonadas na porta de uma moradora de Ipanema, e a busca pela mãe desaparecida. O longa mostra as diferenças entre classes sociais em meio ao caos urbano no Rio de Janeiro e suas obras gigantescas. “As obras estão em toda parte, e as pessoas convivem com um constante estado de caos, de desorientação”, disse Sandra ao Glamurama. Confira a entrevista.

Por Denise Meira do Amaral

Glamurama – Qual foi a inspiração para fazer esse novo filme?

Sandra Kogut – A primeira ideia surgiu quando ainda estava fazendo o meu filme anterior, o “Mutum”. Tinha uma cena na qual a mãe dava o filho que ela amava para um desconhecido, acreditando estar dando a ele a chance de uma vida melhor. Amor de mãe, amor incondicional. Fiquei pensando: o que acontece com essas crianças depois? Comecei a pesquisar em abrigos, colher histórias de crianças que são deixadas e assim foi nascendo “Campo Grande”. O que mais queria falar é de histórias de mudança, de como a vida da gente pode mudar bruscamente, de uma hora para a outra. Porto seguro na vida não há. E isso é assim para todos: ricos ou pobres, crianças ou adultos, homens ou mulheres.

Glamurama – O Rio em construção como cenário é bastante presente no filme. Qual era a ideia?

Sandra Kogut – Às vezes penso que nunca vi uma cidade com tantas obras e mudanças em andamento que não tivesse passado por uma guerra. Reconstrução em tempo de paz… é curioso! As obras estão em toda parte, e as pessoas convivem com um constante estado de caos, de desorientação. As obras são consequência de um momento econômico e político, e por sua vez tem mil consequências nas relações sociais, na vida de cada um. Como a gente sempre filmou sem fechar nenhuma rua, de um jeito bem documental, mesmo nas cenas mais dramáticas o caos da cidade foi absorvido pelo filme e o filme foi absorvido pelo caos da cidade. Um exemplo: colocamos um ponto de ônibus cenográfico numa rua movimentada. Enquanto eu preparava a cena num canto com os atores, os ônibus começaram a parar ali, pessoas desceram, outras pegaram ônibus… Virou de verdade em cinco minutos.

Glamurama – A empregada que muda de vida e vai fazer um teste de emprego é um indicativo do Brasil em transformação?

Sandra Kogut – Sim! Tudo aquilo ali faz parte da mesma história. A patroa que precisa sair daquele apartamento caro perto do mar porque não pode mais pagar pra viver ali. Os móveis e um mundo que perderam seu lugar e seu valor. Quando ela oferece o sofá de marca pra empregada, um “ótimo sofá”, a empregada comprou um novinho à prestação, não quer. O sofá é velho, pra ela não tem valor. Assim como tudo que está ali. No lugar onde era a casa da avó em Campo Grande agora estão construindo um condomínio… tudo está mudando. Não se sabe se pra melhor ou pior, a mudança é caótica, rápida e violenta.

Glamurama – Quais seus próximos projetos?

Sandra Kogut – Estou fazendo uma instalação para um Museu, vou começar um documentário em Fortaleza, terminando o roteiro de um longa que será rodado na Cisjordânia… Enfim, vários projetos, todos muito diferentes!

 *

Regina é interpretada por Carla Ribas, vencedora do prêmio de Melhor Atriz no Festival do Rio em 2007. “Campo Grande” teve sua estreia mundial na 40ª edição do Festival de Toronto, na sessão Cinema Contemporâneo Mundial.

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