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A apresentadora e comediante Ellen DeGeneres, de 67 anos, confirmou publicamente nesse fim de semana, em entrevista para a BBC britânica, que se mudou definitivamente para o Reino Unido após a vitória de Donald Trump nas eleições de 2024. Ellen e sua esposa, Portia de Rossi, desembarcaram em Cotswolds, no interior da Inglaterra, pouco antes da confirmação dos resultados e decidiram permanecer por lá por receio de retrocessos nos direitos civis norte-americanos.

Entre os motivos apontados pela estrela estão o clima político polarizado nos Estados Unidos e o temor por medidas contrárias aos direitos da comunidade LGBTQ+, questões bastante influenciadas pelos apoiadores de Trump. DeGeneres descreveu a nova vida no interior britânico como “mais limpa, educada e com melhores cuidados aos animais”. Ela é sua companheira chegaram a vender propriedades na Califórnia e compraram um château na região rural inglesa, a mesma em que a rainha Camilla também mantém uma propriedade.

Antes delas, a também comediante Rosie O’Donnell já havia deixado os EUA, se mudando para a Irlanda em janeiro de 2025, e então motivada por preocupações semelhantes após a reeleição de Trump. O’Donnell ressaltou na época que a decisão envolveu também o bem‑estar do filho não-binário e classificou a saída como necessária para sua “auto preservação”.

Já a fala de DeGeneres sobre a nova vida em terras inglesas foi sua primeira manifestação pública desde que trocou de CEP. Embora tenha enfrentado polêmicas em anos recentes envolvendo acusações de ambiente tóxico em seu antigo talk-show, ela negou ser “má pessoa” e sugeriu que “ser direta” foi mal interpretado. Ainda assim, a ‘host’ do extinto The Ellen DeGeneres Show DeGeneres também admitiu estar aberta a novos projetos, possivelmente no Reino Unido.

O caso de DeGeneres e O’Donnell reforça uma tendência entre celebridades insatisfeitas com o cenário político americano sob Trump. Outras figuras, como Barbra Streisand, Cher e Sophie Turner, também manifestaram interesse em deixar o país, destacando um movimento mais amplo de artistas em busca de ambientes considerados mais acolhedores e seguros.

O que Trump pode fazer para prejudicar famosos que não o apoiam?

Em um post recente na rede social Truth Social, de sua propriedade, Donald Trump sugeriu considerar retirar a cidadania de Rosie O’Donnell, a chamando de “ameaça à humanidade”. No entanto, sob a Constituição dos Estados Unidos e precedentes firmes, como o caso ‘Afroyim v. Rusk (1967)’, um presidente americano não pode remover a cidadania de um cidadão nato sem que este renuncie voluntariamente, e especialistas afirmam que o político bilionário não possui autoridade legal para tal ato.

Onde, então, reside o risco real? Com a reeleição do marido de Melania Trump, foi autorizada uma ofensiva administrativa de desnaturalização de cidadãos naturalizados e pessoas que se tornaram americanos por processo formal, em casos de fraude na naturalização ou vínculos com crimes graves como terrorismo. Em todos esses casos, essas ações exigem processos judiciais rigorosos, e não podem ser aplicadas a quem nasceu nos EUA, como O’Donnell.

Na prática, portanto, embora Trump possa usar ameaças retóricas para intimidar figuras públicas e marcar posição política, ele não pode legalmente punir celebridades por discordarem dele. O máximo que o republicano pode fazer é pressionar por investigações e processos específicos, mas jamais revogar o direito constitucional à cidadania nem deportar natos sem base legal concreta.

(Crédito da imagem: Reprodução)

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